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Artigos • 29 ago, 2019

Amazônia e seus riscos ambientais ( artigo)


De repente, o mundo descobre a Amazônia. E ela está queimando.!!!!

De uma hora para outra, o Brasil está no olho do furacão ambiental.

A histeria coletiva mundial ganha força. O oxigênio está queimando como nunca, o dióxido de carbono está envenenando a todos, o ar começa a faltar, a população mundial está morrendo!!! É o que todos dizem. Há que parar o Brasil, usar todos os meios, invadi-lo se necessário for, subjugar o seu povo se isso for preciso.!!!! E cada vez mais a mídia mundial aumenta a sua pressão, seguida pela mídia nacional, que não cansa em criar e explorar fatos alarmantes da crise.

Todos parecem se olvidar dos gigantescos incêndios que, anualmente, destroem extensas áreas nas mais diferentes partes do globo, como a Califórnia, Austrália e Portugal.

Nem parece que a Amazônia há muitos anos sofre frequentes queimadas, naturais ou provocadas, e que o pico dessas ocorrências se deu no início do século, quando, note-se, houve um silêncio quase total das mídias em geral.

Por que esse alarme estridente, como a indicar que a situação está incontrolável, os órgãos governamentais inertes e coniventes, a Amazônia perdida?

Entre as mais variadas causas podem ser citadas: nova política para a região, perda de prestígio das ONG com limitação considerável da sua atuação, desejos inconfessáveis de controle da área por terceiros países, motivações ideológicas e postura liberal do atual governo, e, principalmente, o fator econômico. Todas, criminalizando o Brasil como o país que mais destrói o meio ambiente, quando é exatamente o contrário que ocorre. Com as suas áreas protegidas, reservas ambientais, reservas indígenas, 63% do seu território é constituído por florestas, matas e campos; é o país com a maior área florestal do planeta, exemplo de sustentabilidade. A respeito, consulte-se os dados valiosos da EMBRAPA e da NASA, que desmistificam a ideia, que se quer propagar, de país destruidor do meio ambiente.

Pode o mundo em geral, e a Europa em particular, nos dar alguma lição de meio ambiente, quando, a conta gotas, se contam as suas reservas florestais, após séculos de destruição?

Pode a Alemanha nos ensinar alguma coisa, quando foi uma empresa sua que deu o laudo comprometedor que acabou por permitir a catástrofe de Brumadinho? Ou a Noruega nos criticar e cancelar os seus recursos ao Fundo Amazônico, quando a sua grande empresa de celulose – Hidro  Alunorte -polui de forma assustadora a cidade de Barcarena, no Pará, e os rios amazônicos que a circundam? E o que falar da caça às baleias e da exploração de petróleo no Mar do Norte e no Ártico, sua principal atividade econômica, por si só altamente poluidora? E quanto a França, que está capitaneando toda essa pressão sobre o Brasil, pode ela nos ditar alguma regra de proteção ao meio ambiente ao devastar a Polinésia Francesa e comprometer a vida no Taiti com altos índices de radiação, fruto dos seus testes atômicos na área? É vergonhoso quando o presidente Macron se vale de fotos e dados falsos para abalizar as suas críticas.

Não temos que receber desses países ou de quaisquer outros nenhuma lição. São hipócritas ambientais que têm as suas vistas, os seus objetivos, voltados contra o agronegócio brasileiro que, pela sua pujança, a todos amedronta.  O meio ambiente é, apenas, consequência. Hoje, já alimentamos mais de um bilhão de seres humanos, usando apenas 7,6% do território e, muito em breve, seremos a maior potência agrícola do planeta. Pela nossa produtividade e baixos custos, não temos concorrentes a nível mundial. Todo esforço europeu é para retardar esse processo, principalmente depois que foi aberto o caminho de amplas negociações entre o Mercosul e a Comunidade Europeia.

A França está propondo levar a problemática amazônica ao G7, na busca de sanções mais objetivas contra o Brasil. Insinua, até, a sua condição de país atômico. Isso não nos causa arrepios, muito menos, medo. Seu poderio atômico nada mais é que um tigre de papel, quase sem valor estratégico   global. A nível regional sul-americano, falta-lhe envergadura moral para realizar qualquer tipo de aventura. Se decidir intervir com forças convencionais, sabe qual será o resultado – a derrota, a exemplo do ocorrido na Indochina. Nosso agronegócio pode sofrer algumas consequências dessa indesejada situação, mas, também, a França e outros países têm muito a perder nos seus investimentos no país.

Muito esdrúxula e que exige maiores explicações ao povo brasileiro é a proposta do Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, de discutir a Amazônia com parlamentos europeus, como a lhes dar alguma explicação, internacionalizando uma questão que é essencialmente brasileira. Revela absoluta insensibilidade política, oportunismo e falta de patriotismo, quando, pela sua carga explosiva, ela pode e deve ser discutida, exclusivamente, no Congresso Brasileiro.

Era previsível que, mais cedo ou mais tarde, fôssemos    nos defrontar com essa indesejável situação. O que não se pode abrir mão, negociar, é a soberania brasileira sobre os mais de 5 milhões de quilômetros quadrados da Região Amazônica , integrando-a , em definitivo, ao restante do país, pela execução de amplos projetos de infraestrutura, que, por certo, irão impactar o meio ambiente, mas darão melhores condições de vida ao seu sofrido e resignado  povo. Mais do que nunca, essa grave interferência europeia evidencia, com toda clareza, que é ainda relativa a soberania que exercemos sobre a Amazônia.

Resta confiar que o bom senso e profícuas conversações diplomáticas conduzam essa candente questão ao seu escoadouro natural de ampla cooperação.

a) Gen Ex R1 Luiz Gonzaga Schroeder Lessa

b) RIO DE JANEIRO, 23 de agosto de 2019




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