Campo Grande, 25/04/2024 00:44

Blog do Manoel Afonso

Opinião e atitude no Mato Grosso do Sul

Artigos

Artigos • 06 jan, 2020

Artigo: Polarização e Moro forte


Os números mostram que Sergio Moro e Jair Bolsonaro, de um lado, e Lula, de outro, continuam sendo os políticos com maior nível de confiança e menor índice desconfiança

Dinâmica como tem sido, a política brasileira certamente mudará muito até as eleições de 2020, mas os sinais trazidos com a divulgação do ranking de confiança apurado pelo Datafolha apontam más notícias aos que sonham com o fim da polarização exacerbada que toma conta do Brasil e faz até com o que a esfericidade da Terra seja colocada em debate.

Os números mostram que Sergio Moro e Jair Bolsonaro, de um lado, e Lula, de outro, continuam sendo os políticos com maior nível de confiança e menor índice desconfiança. Quem tenta se colocar como alternativa ou busca uma posição ao centro fica para trás. De todos eles, Só Luciano Huck ensaia uma aproximação. Ele tem números semelhantes aos de Bolsonaro, atrás de Moro e Lula.

Chama a atenção que mais de 60% dos que dizem conhecer desconfiam de nomes como Ciro Gomes, Marina Silva e Fernando Henrique Cardoso. Pior ainda é a situação do governador de São Paulo, João Doria, rejeitado por sete em cada dez eleitores que dizem conhecê-lo. É um grande prejuízo a ser enfrentado por alguém que sonha com a disputa presidencial.

Sergio Moro, por sua vez, fica claro, só não desbanca Bolsonaro e passa a ser o rival do nome petista nas eleições, com chances reais de vencer, se não quiser. Hoje ele neutralizaria o presidente com facilidade se quisesse levar adiante sua candidatura.

Aliás, Moro tem dado mostras de que está mesmo pronto para uma campanha. Até a postura nas redes sociais mudou, com embates mais diretos com adversários e ironias como postar uma foto do mago Merlin para debochar dos que contestam seu papel na redução da criminalidade no país.

Por enquanto, o ex-juiz não deixou-se contaminar pelos erros políticos do atual governo, nem pela lama que provém do caso Queiroz. Uma explicação está justamente nas rusgas de bastidores com o presidente, sempre reveladas pela imprensa. É o antídoto de Moro para os momentos em que Bolsonaro trai um eleitorado comum aos dois. Tem dado certo para ele.

Por Ricardo Corrêa – O Tempo – BH




Deixe seu comentário