Caminhando pelos caminhos do conhecimento, encontrei muitos seres humanos buscando respostas para suas interrogações. Encontrei outros tentando esclarecer dúvidas que perturbavam suas buscas. Encontrei mais outros querendo oferecer propostas, novas ideias e até sonhos ousados buscando aliciar adeptos para seus planos, suas doutrinas e suas ideologias.

São muitos os caminhos sugeridos. São muitas as crenças oferecidas. São muitas as maneiras de conduzir o raciocínio, de formular propostas de comportamentos e de atitudes. E sempre encontro alguém convicto em suas ideias, dizendo-se seguro em sua maneira de acreditar a tal ponto de não temer nada, nem dificuldades nem provações.

Suas convicções são fortes o suficiente para vivenciar seus princípios e colocá-los a serviço daquilo que propõe como desafio aos mais acomodados. E são muitos os que se encontram nessa situação. Certamente tiveram uma infância dirigida e controlada por alguém ou por alguma instituição muito severa e determinada.

Com o passar do tempo, essas pessoas descobriram outras opções ou possibilidades. Surgiu um fenômeno comum em meio à juventude. Surgiu a crise na fé. Alguns tiveram a coragem e a humildade e buscaram explicações e esclarecimentos.

Outros, simplesmente abandonaram esse modo de vida e buscaram algo que preenchesse esse vaio da alma. Outros simplesmente se acomodaram. Não questionam. Não interrogam nem desprezam. Deixam tudo como está para ver como é que fica.

Porém, a razão não se contenta. Procura a verdade. E a verdade incomoda. Surgem questionamentos que até então estavam adormecidos. Surgem realidades que passam a inquietar, constatações que perturbam o raciocínio, por mais sólido que pareça estar. E entram num caminho que já é comum: duvidar do sagrado e do sobrenatural.

Lembro a pessoa de Jesus Cristo, o Mestre dos mestres. Foi um homem muito humano e muito atencioso aos sofrimentos, tanto físicos quanto espirituais. Foi um homem voltado ao atendimento dos doentes e dos considerados pecadores. E isso atraiu a ira dos chefes do povo, dos sumos sacerdotes e dos guardiães da fé do templo.

Queriam eliminá-lo, mas tinham medo do povo, que cultivava uma grande estima. Mesmo sabendo dessa inveja dos poderosos, continuava sua missão de revelar a bondade e a misericórdia do Pai.

Não só naquele tempo, mas também nos dias atuais, sabemos que a verdade incomoda. Tanto incomoda que existem pessoas, conscientes de sua fé, desafiando os poderosos e doando seus conhecimentos e sua própria vida em favor dos empobrecidos.

E o desafio continua. E a proposta do Evangelho continua desafiando homens e mulheres que se unam nessa luta em favor de uma humanidade mais fraterna e mais solidária. E não sossegar, pois a verdade incomoda.

Ainda é tempo de despertar, pois, nessa obra, não há lugar para acomodados nem para indiferentes e incrédulos. Não há lugar para egoístas e orgulhosos. Só há lugar para corações simples e humildes, para corações disponíveis na difusão da paz e do bem.