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Artigos • 03 abr, 2020

A ciência em tempos de pandemia


Do latim scientia, é o ramo do conhecimento sistematizado como campo de estudo ou
observação ou classificação dos fatos atinentes a um determinado grupo de fenômenos.
Basicamente, o discurso científico se produz pela comprovação dos fenômenos físicos,
químicos e biológicos.
Temos então o argumento de autoridade da ciência.
Por esta razão a Universidade é fundamental pois ela é que guarnece, produz e
desenvolve a ciência, desde o século XII, isto é, há mais de mil anos no mundo.
Os povos devem muito às ciências médicas, biológicas e químicas pois graças a elas
foram produzidas as vacinas, os remédios, os hábitos de higiene, os modos de precaução das
endemias, dentre outros avanços.
Os críticos da ciência dizem que graças a ela foram produzidas as bombas atômicas, de
hidrogênio e as sofisticadas armas das guerras.
Também graças ao uso da ciência e dos interesses econômicos das corporações que
estão devastando o planeta.
O Brasil se enquadra naqueles países que não investem ou investiram, a longo prazo,
na educação pública, universal e de alto nível para o povo, por isto tem campo fértil para
discursos anticientíficos e de poucas luzes.
A ciência é produzida pelos cientistas, não por vivaldinos ou ignorantes.
Um piloto de avião não se forma por eleição, mas pela comprovação do domínio da
teoria e da técnica. Ninguém entraria num avião cujo piloto foi eleito por determinadas
pessoas, por critérios de simpatia, e que não passou por testes rigorosos de pilotagem.
Os políticos não são cientistas, são líderes que por meio de processos eleitorais
conquistam seus mandatos, eles não podem negar ou desconsiderar a ciência.
Reza a Constituição que o estado brasileiro deve dar tratamento prioritário ao
progresso da ciência.
Se os políticos ou a administração pública estão discursando e tomado medidas contra
os postulados da ciência médica e da infectologia temos um estado de coisas inconstitucional,
passível de ações criminais, cíveis e processos administrativos de afastamento dos agentes
políticos e de servidores públicos.
Quem nem sabe o que é ciência e a despreza, não tem as mínimas condições de
debater temas que demandam conhecimento científico.
Tentar pôr um fim na complexidade científica e afirmar que tudo é simples é a saída
mais fácil para quem nega a ciência médica, a saúde pública e as grandes conquistas do
conhecimento da humanidade.
Os setores esclarecidos do planeta devem comandar os rumos do combate à
pandemia, hoje eles são representados pela Organização Mundial da Saúde e pela comunidade
científica internacional, não por demagogos e parvos.

Claudio Henrique de Castro




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