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Artigos • 22 maio, 2020

Como previsto, Lula encolheu


(por Thais Oyama, no UOL)

Muita gente já havia previsto o fenômeno: politicamente, o ex-presidente Lula valia mais preso do que solto.

Aos olhos da opinião pública digital ao menos, isso ficou claro ontem.

Lula, tido e havido como notória raposa política e comunicador insuperável, deu uma tremenda escorregada durante mais uma entrevista à imprensa amiga (“Ainda bem que a natureza criou esse monstro chamado coronavírus”, disse, a pretexto de reforçar seus argumentos contra o “neoliberalismo” e na defesa do papel do Estado na condução do país).

Em outros tempos, a fala do ex-presidente renderia um embate sangrento nas redes, com petistas e antipetistas se esfaqueando virtualmente no Twitter e no Facebook para defender e atacar aquele que foi, em tempos recentes, o maior ícone da esquerda brasileira.

Mas o que se viu foi bem diferente.

Até as 19h de ontem, o desembarque de Regina Duarte do governo e o adiamento do Enem superavam em duas vezes o número de mensagens – contra e a favor — associadas a Lula no Twitter.

No dia em que deixou a sala que ocupou por 580 dias na sede da Polícia Federal em Curitiba, o petista foi citado em 3 milhões de tuítes. Ontem, foram 241 mil. O ex-presidente Lula, resumiu o diretor da Bites, Manoel Fernandes, “perdeu parte da sua capacidade de despertar paixões”.

No ano que vem, fará dez anos que Lula deixou a Presidência.

O distanciamento temporal é suficiente para explicar a diminuição da influência do petista no cenário político?

Talvez.

O fato é que a liderança no campo da esquerda está vaga.

Lula perdeu a cadeira cativa. E ninguém ainda ocupou o seu lugar.




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