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Artigos • 30 mar, 2020

E quando o coronavírus chegar na favela?


 

Comunidades, favelas, invasões, grotas, baixadas, comunidades, vilas, ressacas, mocambos, palafitas. Chamadas de diferentes formas, dependendo da região do país, o fato é que essas áreas abrigam, segundo censo do IBGE de 2010, nada menos que 11.425.644 pessoas, ou 6% da população brasileira. Essas pessoas vivem em 5,6% (3.224.529) do total de domicílios do país. Desse total, 320 mil são “habitações” de apenas um cômodo e 1,4 milhão de dois cômodos (casas com sala e banheiro, ou sala e cozinha, por exemplo).

A pergunta que todos se fazem nos últimos dias por conta da pandemia que assola a humanidade (sem que se ouçam respostas) é: como fazer o isolamento domiciliar de casos leves, quando o COVID-16 chegar a esta população mais pobre, que vive em domicílios nessas condições?

Pesquisar o que fizeram países de alta densidade populacional, como China, Irã e Coreia do Sul, pode nos levar a algumas respostas. A China, por exemplo, usou hotéis – é verdade que um deles estava em tão mau estado que desabou, matando 70 pacientes. Mas esse erro não precisa ser repetido.

Na Espanha, partiu dos próprios hotéis a inciativa de oferecer quartos para tratamento dos casos leves quando o paciente não tem condições de fazer isolamento domiciliar. Estudantes de Medicina se revezam nos cuidados dos doentes.

É absolutamente prioritária a definição de uma estratégia clara, porque não se pode deixar para pensar nisso quando houver o início dos sinais de transmissão comunitária nas favelas e comunidades, porque aí será tarde demais para se buscar alternativas.

*É médico, deputado federal (PP-RJ), foi secretário estadual de Saúde do Rio e coordena a Comissão Externa para o Coronavírus da Câmara dos Deputados

Congresso Em Foco – Por Luiz Antonio Teixeira Netto




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