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Blog do Manoel Afonso

Opinião e atitude no Mato Grosso do Sul

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Artigos • 30 dez, 2019

A locomotiva do progresso (artigo)


Muito feliz a iniciativa de se colocar uma locomotiva na Esplanada da
Ferroviária, onde o idealizador muito criativo, não se esqueceu de um
detalhe: a velha Maria Fumaça na posição de alçar vôo. Sem dúvida
alguma, foi a Ferrovia a principal responsável pelo desenvolvimento de
Campo Grande. O Sul-mato-grossense sentiria feliz com a promessa do
retorno da malha ferroviária, de Baurú a Corumbá.
Um tema redundante, sempre focado pelo Correio do Estado, e também,
pelos articulistas conhecedores da história secular de tão importante meio
de transporte. Esse modal em constante expansão nos países onde suas
indústrias e parques industriais acompanham o desenvolvimento em
todos os campos da ciência tecnológica e de transformações, passam por
modernos processos que imprimem maior velocidade e segurança tanto
de cargas, como também de passageiros.
Os cidadãos mais experientes, inclusive, muitos aposentados da antiga
NOB ( Estrada de Ferro Noroeste do Brasil), conhecem de perto, o quão
importante foi essa Ferrovia que começou a ser desmontada por ocasião
da criação de Brasilia. Uma ação de cunho político que não levou em conta
a economia de toda uma região, onde seus habitantes sem saber o que
estava acontecendo, de uma hora para outra, sentiram suas vidas serem
transtornadas definitivamente.
São incontáveis o número de municípios atingidos pela desativação da
Rede Ferroviária. Iniciando por Corumbá, que era o fim de linha, mas que
fazia conexão com a Ferrovia Boliviana, e se utilizava de um outro modal,
o transporte hidroviário, viu sua economia sucumbir de tal maneira que a
população da Cidade Branca se viu reduzida. Apenas como um parâmetro
comparativo, no início da década de 1960, Corumbá possuía mais de cem
mil habitantes, enquanto Dourados, possuía entre vinte e vinte e cinco mil
habitantes. Hoje, Dourados conta mais de duzentos mil habitantes, contra
os mesmos cem mil do início de 1960.
A bancada federal de nosso Estado, conta com jovens componentes, que,
se pressionados pelos deputados estaduais e pelas Câmaras de

Vereadores, e a Associação de Vereadores de Mato Grosso do Sul, bem
que poderiam liderar um movimento no sentido do retorno da Rede
Ferroviária, devidamente revitalizada e modernizada, e, com toda certeza
viria ajudar na alavancagem econômica dos municípios, mas, e principal-
mente, do nosso Estado. Muitos vilarejos se reergueriam, dando
oportunidade de trabalho à tanta gente hoje sem esperanças.
Êsse sim, seria um gigantesco presente de Ano Novo, pelo qual toda nossa
população agradeceria e certamente, reconheceria. Isso requer união de
forças políticas, empresariais, e, principalmente, mobilização popular, pois
as circunstâncias apontam como a principal saída para o soerguimento
dos setores vitais de nossa economia, incluindo-se, as relações internacio-
nais do comércio de importação e exportação.

BENEDITO RODRIGUES DA COSTA
Economista




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