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Artigos • 28 jun, 2022

O flagelo da fome e o direito


(Cláudio Henrique de Castro) –

O mundo passa pelo conflito bélico entre a Ucrânia e a Rússia.
A tragédia está anunciada.
Semanas depois de iniciada a guerra, a Finlândia e a Suécia resolveram aderir à
Otan e implantar ogivas nucleares em seus países. O urso branco (Rússia) não aceitará
isso.

O que vem por aí?
A União Europeia – UE resolveu convidar a Ucrânia para integrá-la, e isso
arrastará à guerra para um patamar global, em breve, teremos 28 países no conflito.
Isso é como briga de bar, começa pequena, mas ninguém sabe como termina.
O que é certo: em 2023 a UE não terá cereais, nem da Rússia e nem da Ucrânia.
O corte nas exportações russas cobrará seus efeitos devastadores na combalida
economia europeia, pós pandemia.

Nesse passo, entra o Brasil como grande fornecedor de grãos para a UE.
Enquanto isso em nosso país, há algo muito mais grave que a guerra europeia: a
volta do flagelo da fome, com 33 milhões de pessoas na bacia das almas.
E o direito internacional?

Precisamos inaugurar campanhas pelo mundo afora para mandar alimentos para
o povo brasileiro. Mas como justificar isso no país que é recordista de exportação de
grãos e que possui o maior rebanho bovino do mundo?
Podemos usar aquelas cenas das propagandas dos valorosos médicos sem
fronteiras que pedem donativos para a África, outro continente rico, mas assolado por
uma secular elite do atraso.

Está inscrito na Constituição brasileira: o direito à vida, mas esse é o último dos
temas na fila das discussões das academias jurídicas brasileiras.
É objetivo fundamental da república brasileira erradicar a pobreza e a
marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.

E daí?
Nesse passo vale a bacia de Pilatos da indiferença, de uma sociedade em
dissolução moral, ética e jurídica.
Governantes sem alma, juristas sem compaixão, e uma sociedade indiferente aos
menos favorecidos, que se tornaram um país dentro do Brasil.
Renda mínima? Erradicação da pobreza? Solidariedade governamental em favor
de milhões de pessoas? Silêncio…

Enquanto o “agro é pop” e fatura bilhões com a devastação ambiental e as
maiores exportações que já se viram na economia brasileira.
No livro os Irmãos Karamazov, há um personagem que diz amar a humanidade,
mas detestar as pessoas, individualmente.




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