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Artigos • 10 set, 2018

O risco de eleger um “não” (Elio Gaspari)


atentado contra a vida de Jair Bolsonaro cristaliza o risco de que a eleição de outubro venha a produzir um vencedor sem escolher um presidente.

Num eventual segundo turno entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, ambos terão o voto de pessoas que pensam como eles, mas serão reforçados por eleitores que não votam de jeito nenhum num ou noutro.

Nas sete últimas eleições presidenciais, já existia o voto antipetista, mas prevalecia, em graus variáveis, uma preferência pelos tucanos. Isso mudou. Muita gente poderá votar em Fernando Haddad só para não ver Bolsonaro no Planalto, ou votar no capitão reformado só para impedir a volta do PT ao poder. No meio, ficará o nada.

Preferência é uma coisa, exclusão é outra. Quando o voto de exclusão supera o de preferência, consegue-se barrar aquilo que não se quer, mas não se elege um presidente.

A VÍTIMA

Com o atentado de quinta-feira, a bem-sucedida estratégia de vitimização de Lu- la virou pó.

BISPO E OSWALD

Todos aqueles que entraram no processo de histeria que associou o atentado contra Jair Bolsonaro à filiação de Adelio Bispo ao PSOL entre 2007 e 2014 deveriam calibrar seus apocalipses.

Em 1963, o presidente John Kennedy foi assassinado com um tiro na cabeça. No mesmo dia, capturaram o atirador, o ex-fuzileiro naval Lee Oswald. Logo depois soube-se que ele emigrara para a União Soviética, onde viveu por três anos, casando-se com uma russa.

Se a manipulação da histeria tivesse funcionado naqueles dias, o mundo teria acabado.

A LIÇÃO DO SUS

Seja quem for o novo presidente, recebeu uma lição de saúde pública.

Jair Bolsonaro deve a vida à equipe que o atendeu na Santa Casa de Juiz de Fora, onde foi atendido como um paciente do SUS, esse sistema de medicina pública historicamente sucateado.

*Publicado na Folha de S.Paulo




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