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Artigos • 04 jan, 2020

Quem é o “pato” no jogo da democracia brasileira


Por escolhas erradas ou por conspirações onde os outros jogadores ajudam-se para prejudicá-lo, o pato é o otário que perde sempre

A teoria dos jogos, na minha opinião, é algo lindo, é ciência de matemática aplicada que estuda situações estratégicas onde jogadores escolhem diferentes ações na tentativa de melhorar seu retorno. Ela reflete a natureza com todas suas eventualidades, incertezas, probabilidades e tudo mais que a matemática nos proporciona quando a aplicamos no cálculo das probabilidades de algo ocorrer. Vale a pena dar uma olhada na Wikipédia sobre tudo o que ela representa para a humanidade e seu comportamento.

Surge dela também todo um lado de diversão que se reflete nos jogos que conhecemos, desde o simples par ou ímpar, passando pelo pife-pafe das cartas até jogos mais sofisticados como o bridge ou o pôquer. O charme deste último gera assunto para várias situações: no cinema no passado há de se lembrar do Maverick, um pistoleiro do bem e meritoso jogador de pôquer. Deste ambiente vem a máxima: “… numa mesa de jogo quando você não conhece o pato, provavelmente você é o pato!”

Pato aqui é quem perde sempre, por escolhas erradas ou por conspirações onde os outros jogadores ajudam-se para prejudicar aquela espécie de otário de plantão.

A democracia baseia-se em escolhas. Uma sociedade deve usar o processo democrático como um meio, não esquecendo nunca do fim que seria a sua prosperidade através de igualdade de oportunidades, serviços públicos de qualidade e avanços nas áreas de conhecimento que ajudem a perpetuidade do bem-estar social. Ocorre que um personagem importante na democracia é o ser político, aquele que se candidata a cargos de representação a princípio para servir a sociedade e não se servir na sociedade.

No Brasil, em nome de lutas ideológicas onde os guerreiros pouco sabem por que lutam a não ser para alcançar o poder, foi construído um formigueiro político que vem sendo demolido aos poucos. Foi criado um jogo incompreensível. Nele, por exemplo, políticos prometem algo e não entregam após eleitos. São capazes de criar reformas de tributação que geram receitas novas e ao mesmo tempo gastam a metade de um ano da nova receita em propaganda de sua administração. Nele, os políticos votam recursos da ordem de bilhões para fazer mais propaganda, inclusive a que está saindo de moda, para se elegerem novamente. Tudo gerado pelo jogo montado na nossa democracia da Constituição de 1988, que precisa ser alterado por uma reforma política. Aqui vem a teoria dos jogos e a pergunta: você sabe quem é o pato neste jogo da democracia brasileira?

Por Ricardo Felizzola, CEO do Grupo PARIT S/A – Zero Hora – RS




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