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Artigos • 08 set, 2020

Um presente à Corumbá


A Cidade Branca como é conhecida, completa no dia 21 de setembro, 242
anos de sua fundação. Inegavelmente, um cidade que por muitos anos foi
considerada o maior centro cultural e comercial do centro oeste brasileiro
privilegiada por sua situação geográfica, as margens do Rio Paraguai por
onde navegavam navios transatlânticos de várias nacionalidades, com dês-
taque às grandes embarcações europeias, tanto de cargas como também,
de passageiros, muitos dos quais, empresários que ali se estabeleceram.

Com o desenvolvimento da cidade, em todos os setores da economia, era
cada vez mais evidente o interesse das viagens de turismo por parte das
empresas europeias, que troxeram para a Cidade Branca, toda estrutura
que consideravam necessárias na época, para a construção de casarios de
pedras que abrigariam famílias, comércio e artes. Para se ter uma ideia, 25
Bancos estrangeiros se estabeleceram na região portuária, com destaque
para o City Bank, e, em 1914, o Banco do Brasil instalou sua 14ª Agência
do país, na Capital do Pantanal.

O Porto Fluvial de Corumbá era de uma importância tal, que chegou a ser
considerado o 3º maior porto da America Latina, até 1930. A navegação
fluvial era naquela época, o único meio de comunicação com o mundo, à
esta região, que se utilizavam dos rios que formavam a Bacia do Prata, o
Rio Paraguai, Paraná e o Rio Uruguai. Tal situação veio se modificar com a
conclusão da Rede Ferroviária Federal em 1950, a nossa saudosa Noroes-
te do Brasil, a NOB., lamentavelmente privatizada e abandonada.

A pujante economia de Corumbá, começou a dar sinais de que algo estava
ocorrendo para uma recessão, pois, várias empresas estrangeiras optaram
pelo fechamento de suas atividades, e com os bancos, não foi diferente, e
com isso, a cidade começou a perder todo o glamour conquistado com a
ajuda dos imigrantes. Hotéis, cinemas, teatros, espetáculos circenses
etc…deixaram a Cidade Branca para sempre, porém, a cultura adquirida ali
se enraizou, e se transformou numa riqueza incomensurável.
O Município de Corumbá tem 70% de sua extensão, ocupada pelo Panta-
nal, onde a criação do gado nativo sempre exigiu a presença do homem

que tinha a função de cuidar dos rebanhos inenterruptamente, nascendo
assim, uma convivência até certo ponto harmoniosa com os animais desse
ecossistema. E, talvez, de maneira imperceptível, esse fato veio dar ori –
gem ao Turismo de Contemplação. É justamente na incrementação do Tu-
rismo que se encontra a esperança do Povo Pantaneiro, para a retomada
do desenvolvimento da economia como um todo.

Prefeitura, Governo do Estado e Governo Federal, deveriam montar uma
força tarefa como medida de urgência, para, a partir de Corumbá, até o
Distrito de Piraputanga ou Palmeiras, revitalizando seus trilhos e também
seus dormentes, para que o Trem do Pantanal pudesse representar o que
poderia ser considerado uma nova etapa para o reerguimento da Capital
do Pantanal. E por que não, o lançamento desse projeto teria uma data
ideal: Dia 21 de Setembro, Aniversário de Corumbá.

BENEDITO RODRIGUES DA COSTA
Economista


Um Comentário

  1. Manoel afonso disse:

    Enfim…a conclusão é que a ferrovia de fato engoliu a navegação e em seguida foi engolida pela rodovia



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