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Artigos • 10 nov, 2018

Venildo Trevisan: “A generosidade”


Tudo na vida tem suas forças e seus limites. Limites no uso do tempo. Limites nos gastos. Limites na educação. Limites na liberdade. Limites no relacionamento. Limites na convivência. E limites no próprio modo de ser e de viver.

Ao mesmo tempo é bom e louvável não haver limites no amor, no perdão, na misericórdia e na generosidade com as criaturas e com Deus. Especialmente com Deus por nos amar e perdoar sem reservas e sem limites. E ainda por se fazer presente nos acontecimentos com sua luz e sua proteção na gratuidade.

Reconhecer sua bondade será privilegio de quem possui em seu coração gestos de atenção e incentivo para o melhor de si com os demais. E existem muitas pessoas que sabem organizar seu amor e sua participação a partir das possibilidades que lhe são oferecidas e a partir especialmente da visão humana e cristã da realidade. São pessoas criativas e que encontram maneiras de proporcionar alívio em seu sofrimento e incentivo em suas esperanças

São pessoas que agem no silêncio interior e um sorriso nos lábios. São pessoas que nem sempre terão algo material para oferecer, mas sempre terão gestos para consolar. Não terão tantos bens, mas terão muitas bênçãos. Não realizarão grandes obras, mas revelarão humanas atitudes de ternura e de carinho.

Essa simplicidade e essa humildade confundem o orgulho e  a vaidade dos que realizam grandes campanhas por ocasião de certas solenidades como Natal, Páscoa e outras festividades sociais e religiosas. Promovem grandes campanhas para demonstrar um coração empolgado, entusiasmado e generoso. Chegam a comover as pessoas simples e humildes.

Feito isso, retornam a seus palácios, às suas empresas, com a alma lavada, mas continuando a explorar e a enriquecer às custas dos empobrecidos, efetuando concorrências desleais, abuso de poder e conquistando lucros acima do justo e do correto. Julgam ter cumprido um dever cristão. Pensam ter garantida a própria salvação. E os pobres continuarão sendo mais pobres e eles mais ricos.

Cuidado com eles! Cuidado com os falsos benfeitores! Cuidado com os falsos amigos! Cuidado com os falsos irmãos! Aparentemente demonstram grandeza de coração, generosidade em suas doações e solidariedade em suas promoções. Cuidado! Esses distribuem e auxiliam com aquilo que lhes sobra, com aquilo que não lhes fará falta e nem lhes causará prejuízo.

São pessoas que organizam de tal maneira suas riquezas que sempre lhes sobrará algo para alguma doação. E isso o fazem sempre baseados em cálculos tais que sua caridade dependerá das sobras e não da generosidade do coração.

Sua fé estará nas sobras. Se sobrar tempo poderá até ir a uma igreja para rezar ou participar de alguma  celebração. Se sobrar tempo poderá estar com a família e proporcionar um passeio, alguma conversa com os filhos. Isso se sobrar tempo.

Cuidado! Deus não quer sobras! Deus quer generosidade, gratuidade, coração inteiro. Deus quer gestos fraternos. Deus quer perseverança no bem. Deus quer generosidade no falar e no agir. Deus quer coerência entre oração e o modo de ser com os irmãos.




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