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Campo Grande, Política • 08 maio, 2018

Giroto se apresenta à PF, junto com o cunhado e Beto Mariano


Eles cumpriram ordem de prisão expedida pelo STF, que também envolve o empresário João Amorim

Marta Ferreira e Geisy Garnes

Campo Grande News

Edson Giroto chegou à sede da Polícia Federal carregando bolsa de viagem para cumprir ordem de prisão. 

                                                                               Foto: Fernando Antunes

O ex-deputado federal Edson Giroto, filiado ao PR, o cunhado dele, Flávio Scrochio, e o ex-deputado estadual Beto Mariano, se apresentaram esta tarde à Polícia Federal, em Campo Grande, em cumprimento à ordem de prisão expedida pelo STF (Supremo Tribunal Federal), neste dia 7 de maio. A ordem também envolve o empresário João Adalberto Amorim, que ainda não chegou à sede da PF.

Giroto chegou com uma bolsa de viagem e um cobertor nas mãos, e o cunhado surgiu logo atrás dele. Beto Mariano chegou logo depois.

O ex-deputado federal, que em março chegou a dar um tapa no celular de uma repórter, quando cumpria outra ordem de despejo e se apresentava à PF, dessa vez estava mais calmo e chegou a pedir um “trago” de cigarro a Beto Mariano.

Indagado pelos repórteres, disse apenas “confio na Justiça”. Na sequência, afirmou que está triste com o que vem ocorrendo e que “trabalhou muito”. (Confira vídeo ao fim do texto)

Segundo apurou a reportagem do Campo Grande News, a apresentação à Polícia Federal foi negociada para esta tarde, diretamente com a Justiça Federal. A informação é de que quatro dos presos, Giroto, Amorim, Beto Mariano e Flávio, vão para a cela 17 do Centro de Triagem. Ao todo são 8 envolvidos, entre eles 4 mulheres.

Para elas, ainda não há informação sobre o teor da ordem do Supremo, se envolve prisão fechada, domiciliar ou ainda o uso de tornozeleira. Antes de ser transferidos para o presídio, os quatro homens vão passar pelo exame de corpo de delito, praxe quando alguém vai para a cadeia.

Quem ? – A reportagem apurou que o STF (Supremo Tribunal Federal), em nova reviravolta no caso, decretou as prisões de Giroto, Amorim, Elza Cristina Araújo dos Santos (secretária de Amorim), Flávio Henrique Garcia Schrocchio (cunhado de Giroto), Raquel Rosana Giroto (mulher de Giroto à época), Ana Paula Amorim (filha do empresário João Amorim), do ex-deputado estadual Wilson Roberto Mariano e da filha dele, Mariane Mariano de Oliveira.

Todos são investigados na operação Lama Asfáltica, que já realizou cinco fases para apurar desvio de dinheiro em obras públicas. O STF ainda não disponibilizou a decisão. Na Justiça Federal em Campo Grande, a informação é que o como o caso corre em sigilo, nada poderia ser informado.

Beto Mariano, ex-deputado estadual e ex-funcionário da Agesul, chega à superintendência da PF.Beto Mariano, ex-deputado estadual e ex-funcionário da Agesul, chega à superintendência da PF.
Flávio Scrochio, cunhado de Edson Giroto, também se apresentou esta tarde. Flávio Scrochio, cunhado de Edson Giroto, também se apresentou esta tarde.

Cronologia – No último mês de março, o Supremo derrubou a liminar que mantinha os oito alvos da operação Lama Asfáltica em liberdade. As prisões aconteceram no dia 9 de março. Mas, no dia 19, o TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) mandou soltar todos.

Inconformada, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, entrou com um reclamação no STF. Ela alegou que a decisão do Tribunal Regional Federal foi “desrespeitosa” em sua autoridade. Para a procuradora, a justificativa do tribunal de que os réus “não oferecem perigo a ordem pública” vai contra a decisão da Primeira Turma do Supremo, que foi “categórica” ao dizer que os investigados “traziam severos riscos” à ordem, pela extrema gravidade de suas ações.

Ela pediu as prisões e foi atendida. Conforme as últimas movimentações do processo, a decisão foi informadas ontem (dia 7) ao TRF 3 e à 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande.

Fazendas de Lama – As oito prisões são relativas à fase Fazendas de Lama, realizada em 10 de maio de 2016. A liberdade veio no dia 24 de junho daquele ano, quando o ministro Marco Aurélio, do STF, considerou que não havia elemento concreto para justificar a prisão e concedeu liminar em pedido de habeas corpus. O Supremo retomou o julgamento no mês de março, resultando na queda da liminar e retorno à prisão.




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