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Opinião e atitude no Mato Grosso do Sul

Política

Política • 23 jun, 2019

Artigo: Vamos criar o Estado do Pantanal?


Fazendo uma retrospectiva para rememorar 1977 – ano em que foi
decretada a divisão do Estado de Mato Grosso, e, a consequente criação
do Estado de Mato Grosso do Sul, uma velha aspiração dos políticos da
região sul de Mato Grosso. Foram anos de lutas, de debates históricos,
reuniões sem fim, ainda na velha capital da República, o Rio de Janeiro.

Todos aqui residentes nessa época, e que tinham acima de quinze anos de
idade, devem se lembrar do aspecto de Campo Grande, uma cidade que já
demonstrava sinais de desenvolvimento, porém, era impossível imaginar
que assumiria a proporção e dimensão da bela Capital em que se tornou.

Naquela época, o país era administrado pelo regime militar que se estabe-
leceu em 1964, cujo presidente, o General Ernesto Geisel, sensibilizado di-
ante das reivindicações dos senhores Deputados Federais e Senadores que
representavam a região, reconheceu serem justas as razões formuladas, e
após aprofundada análise da delicada questão, decidiu, sem traumas evi-
dentes, pela assinatura do histórico Decreto da criação de nosso Estado.

Com isso, neste ano de 2019, vamos comemorar 42 anos de nascimento e
muitas histórias para serem contadas, notadamente, nas questões políti-
cas e sociais que se sucederam até os dias atuais.
O discurso do então Presidente Ernesto Geisel foi emocionante, contagi-
ando tanto a classe política quanto a população, esperançosa pelo repre-
mido desenvolvimento econômico e social, até porque, a aplicação dos
recursos públicos destinados aos municípios da região sul, sempre foram
insuficientes para a alavancagem da máquina administrativa, sem que
houvessem as mínimas condições para investimentos em suas necessida-
des básicas; a esperança renasceu; a emoção demonstrada pela explosão
de alegrias, misturadas aos choros e risos, se transformaram numa
enorme passeata pelas ruas centrais da Cidade Morena.

Campo Grande, a partir da condição de Capital do Estado, passou a ser
alvo das atenções do governo federal, oportunidade em que recursos não
faltavam para dotá-la de toda infraestrutura de uma cidade moderna, até
porque, segundo as lideranças políticas da época, o Estado de Mato
Grosso do Sul foi concebido para ser um Estado Modelo para o país. O seu

crescimento foi vertiginoso; arranha-ceus despontavam da noite para o
dia, um centro político-administrativo moderníssimo foi construído para
aglomerar a administração do Estado, sendo batizado com o sugestivo
nome de Parque dos Poderes.

Porém, com o passar dos anos, não foi difícil constatar que todo o desen-
volvimento foi concentrado apenas na capital, com isso, o inchasso
populacional foi inevitável, e o consequente esvaziamento dos demais
municípios, que não foram contemplados pelos sucessivos governantes. A
estagnação de Aquidauana, Terenos, Miranda, Corumbá, Rio Verde e mui-
tos outros, denotam uma enorme dificuldade para mudar esse quadro. A
crise econômica na qual o país se encontra há anos, são claros sinais para
essa conclusão. Para se ter uma ideia, a previsão do cálculo da dívida para
2019, está na ordem de R$. 4,3 trilhões de reais.

A Região Pantaneira é de uma dimensão gigantesca, porém, encontra-se
em um processo de profunda estagnação, e talvez a criação de um Estado
para administrá-lo, seria a solução para os municípios a ele pertencente, e
a seu povo guerrido e esquecido, eis que, até a Ferrovia Noroeste do Brasil
foi desativada após a divisão do Estado. Portanto, O nosso grito de
Independência é : O PANTANAL AOS PANTANEIROS POR JUSTIÇA!

BENEDITO RODRIGUES DA COSTA
Economista




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