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Política

Política • 30 set, 2020

Combate às queimadas no MS ganha reforço de mais 120 brigadistas e bombeiros


Com o agravamento dos focos de incêndio no Pantanal o combate será reforçado já a partir desta terça-feira (29), conforme o secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar). “Tivemos um final de semana de situação extremamente dramática, saímos sexta-feira de 17 focos no Estado para mil focos no sábado em várias regiões. Então, continua preocupante, continua em alerta e os próximos dias serão de muita seca, baixa umidade e de grande risco de incêndio em todo o Estado”, disse ele.

O secretário explicou que no final de semana mesmo foram tomadas todas as medidas para que Mato Grosso do Sul receba apoio do Governo Federal e de outros estados. “Através de uma determinação do ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) amanhã (terça-feira) já chegam a Mato Grosso do Sul mais 41 brigadistas e já confirmado em torno de 60 bombeiros do Distrito Federal e 20 de Santa Catarina”, anunciou Verruck.

Serra do Amolar

A força-tarefa que atua na região da Serra da Amolar (Pantanal de Corumbá) para combater os focos de calor com a mobilização de 65 homens, formada por bombeiros de MS e PR, marinheiros, brigadistas do Ibama, ICMbio e de organizações não-governamentais, enfrenta diariamente situações críticas com os incêndios aumentando devido a seca extrema no bioma e altas temperaturas.

Nesta segunda-feira, 28, às 15h, uma guarnição atendeu emergência na Fazenda Santa Tereza, onde o fogo queimou uma casa de moradores e se alastra pela vegetação nativa. Pouco antes, por volta de 13h, o incêndio que há uma semana rompe pelo entorno da serra chegou a 30 metros da sede da Reserva Eliezer Batista, base das operações antifogo.

O tempo seco dificulta o combate aos focos de incêndio

Lançamento de água

A estrutura montada pelo Governo do Estado, com o apoio do governo federal, centraliza as ações nesta região, situada próxima à divisa de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Os clarões de fogo surgem do nada, às margens dos rios ou na encosta da morraria. Esta segunda-feira amanheceu com o céu coberto pela densa fumaça, prejudicando inclusive a navegação fluvial.

Mesmo com pouca visibilidade, o avião Air Tractor, contratado pelo Governo do Estado, conseguiu realizar seis lançamentos de água, totalizando 12 mil litros, na área crítica – no vale entre as baías Mandiore e Taquaral. Neste ponto, 30 homens abrem uma frente de defesa para impedir a progressão do fogo para a Serra do Amolar e outras duas reservas.

Os bombeiros e brigadistas se revezam na formação de uma linha negra (contrafogo) a 10 km do fogo que avança pelo vale da morraria. Esse fogo também se deslocou no sentido Oeste, em direção da Fazenda Santa Tereza, situada na fronteira com a Bolívia. A equipe de bombeiros que se deslocou por terra para a fazenda levaria 40 minutos de barco e andaria 18 km para chegar ao local.

Salvando as galinhas

Keli correu para salvar as galinhas do fogo

A mudança de direção do vento teria deslocado um dos focos para a sede da RPPN Eliezer Batista, gerando um tumulto e desespero. Rapidamente, bombeiros, fuzileiros da Marinha e funcionários da ong Instituto Homem Pantaneiro (IHP), ong que gerencia a unidade de conservação, combateram as chamas. Nova mudança repentina do vento, desviou o fogo.

“Foi assustador”, comentou a funcionária da reserva Keli Munique Silva, que correu para o galinheiro próximo a sua residência e salvou três galinhas, enquanto o fogo se aproximava. As chamas foram contidas na sede e tomou rumo a uma reserva vizinha. “Se o fogo se alastrar pode entrar pelo vale e chegar à serra”, explicou o tenente bombeiro Pedro Faria, do Paraná.

Devido a concentração os focos de calor no entorno do Amolar, a base da Operação Pantanal II foi montada na Eliezer Batista, onde os bombeiros têm acomodação e alimentação. A Serra Negra, reserva vizinha, servirá de base para o helicóptero do ICMbio, que deve operar a partir desta terça-feira. O abastecimento de combustível será feito por um caminhão com 10 mil litros, vindo de Corumbá em uma lancha.

Texto e fotos: Sílvio de Andrade




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