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Política • 06 out, 2018

Dourados pode eleger 7 deputados estaduais,


Pela primeira vez na história de 40 anos de MS, Dourados vê chances reais de projeção política
Pela primeira vez na história de 40 anos de MS, Dourados vê chances reais de projeção políticaDivulgação/ALMS

Os números de 2014, quando o douradense elegeu a maior bancada na história da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (cinco representantes), enquanto ao longo das últimas três décadas não passava de quatro, estão prestes a serem superados na eleição deste domingo (7), quando o colégio eleitoral do Município poderá fechar o dia com sete deputados eleitos.

Analista político acostumado com as variações dos humores da política local, o engenheiro Shinsuke Ono raciocina que nos últimos anos tem predominado a vontade do douradense em votar em candidatos da casa, ou seja, apesar da ‘invasão’ de políticos de outros municípios – e os daqui também precisam buscar votos fora, Dourados se consolida com o voto bairrista; daí as possibilidades de registrar bancada recorde a partir de domingo.

grafico 2014 geral

“A conquista de uma vaga de deputado depende de vários fatores, entre eles o número de votos validos da coligação que o candidato pertence e seu posicionamento entre os concorrentes internos. Estes votos válidos da coligação são comparados com o número de QE (quociente eleitoral) que definem o direito das vagas, sendo que o QE das Eleições 2014 foi de 54,705 votos no Estado. Seguindo esse raciocínio o município de Dourados com total de voto nominal de 96.859 não poderia eleger mais de dois deputados estaduais, isso significa que é muito difícil ser eleito exclusivamente com votos de um único município”, observa o engenheiro.

grafico 2014

“Assim, como há uma necessidade imprescindível de uma base sólida e robusta em seu reduto eleitoral principal, normalmente o próprio domicílio eleitoral, todos os candidatos douradenses eleitos até agora tiveram os resultados de Dourados como base principal, e a conquista de votos complementares nos demais municípios adjacentes”.

Observando os gráficos no Diagrama de Pareto (*), referente ao Resultado Geral estadual das eleições de 2014, por exemplo, houve a necessidade de 20% dos candidatos mais votados para alcançar 88,63% do voto válido, enquanto o Diagrama de Dourados mostra que foi necessário apenas 5,09% dos candidatos (principalmente de candidatos douradenses) para atingir 83,68% do total de votos nominais. “Isto significa a preferência dos eleitores douradense pelos candidatos da cidade, ou seja, a maioria do voto do douradense foi dado para os candidatos da casa”, conclui Ono.

Com base na listagem de candidatos douradenses registrados junto ao TRE/MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) para a disputa deste ano, despontam nomes com uma forte tendência para assegurar vagas na Assembleia, conforme demonstra o quadro abaixo:

grafico 2018 projeçao

(*) O Diagrama de Pareto é um gráfico de barras que ordena a frequência das ocorrências, da maior para a menor, permitindo a priorização dos problemas. Mostra ainda a curva de porcentagens acumuladas.

Projeção possível

Diante desses números, uma projeção possível de se concretizar a partir do resultado das urnas nas eleições deste domingo, na análise de Shinsuke Ono, teria a seguinte composição da bancada douradense na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul a partir de fevereiro do ano que vem:

Barbosinha (DEM), candidato a reeleição, tem base consolidada pelo exercício do mandato, antecedido pela forte presença no comando da Sanesul no Estado e complementado pala ocupação do cargo de secretário estadual de Justiça e Segurança Pública;

Elias Ishy (PT), vereador em Dourados com grande prestigio no interior do partido e junto a segmentos específicos do professorado e da Igreja, tenta conquistar os eleitores do ex-prefeito Laerte Tetila;

João Grandão (PT), candidato a reeleição, ainda que, com pendências na Justiça Eleitoral, tem experiência, estrutura e penetração social pela disputa anterior na campanha de deputado federal;

Marçal Filho (PSDB), vereador mais votado de Dourados, tem experiência e estrutura pela disputa anterior na campanha de deputado federal e inserção social;

Neno Razuk (PTB), herdeiro político da família [a mãe Delia é a atual prefeita de Dourados e o pai, Roberto, ex-deputado estadual com forte inserção nas periferias];

Renato Câmara (MDB), candidato a reeleição, tem base bastante consolidada pelo exercício do primeiro mandato, e o nome projetado depois da disputa das eleições como candidato a prefeito de Dourados em 2016, o 3º mais votado; e

Zé Teixeira (DEM), candidato a reeleição, com forte base construída no exercício de seis mandatos, o que o faz um dos com maior experiência nas eleições deste ano em todo o Mato Grosso do Sul.




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