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Política • 22 nov, 2019

Foragido, hacker é transferido para MS após prisão em SC


Homem foi localizado em Joinville, com base em investigação da PCMS

Deve chegar ainda nesta quinta-feira (21) a Mato Grosso do Sul Eurico dos Santos Mota, de 28 anos, que estava foragido, após ter mandado de prisão emitido no âmbito da Operação Omertà. A prisão do suspeito, que atuava como hacker, ocorreu em Joinville (SC), na tarde de quarta-feira (20).

Eurico teve a prisão temporária decretada na operação que apura suspeita de organização criminosa, de grupo de extermínio e de milícia armada. A prisão do suspeito envolveu policiais de Santa Catarina, com base informações da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.

OPERAÇÃO

A existência de uma milícia armada passou a ser considerada em maio deste ano, quando o guarda municipal Marcelo Rios foi preso com um arsenal de armas de grosso calibre, em uma casa que seria de propriedade dos empresários Jamil Name e Jamil Name Filho.

Em setembro, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), órgão de investigação ligado ao Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS), e a Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), deflagaram a operação Omertà e prendeu Name e Name Filho, além de outras 17 pessoas, entre funcionários da família, policiais civis e guardas municipais. Só não foram presos na ação policial o ex-guarda municipal guarda municipal José Moreira Freire e o auxiliar Juanil Miranda Lima – apontados como os executores dos assassinatos investigados pela força-tarefa e foragidos desde abril, quando as investigações começaram a avançar –, além do advogado Alexandre Fransolozo, cujo mandado de prisão temporária (suspenso pelo Tribunal de Justiça) nem chegou a ser cumprido.

Os três policiais civis da ativa foram afastados em 2 de outubro, tendo a arma recolhida, bem como a carteira funcional e demais pertences do patrimônio público destinado aos policiais, além da suspensão de senhas e login de acesso aos bancos de dados da instituição policial, suspensão de férias e de avaliação para fins de promoção. Os quatro guardas municipais também foram afastados, e dois deles tiveram os armamentos recolhidos na mesma data.

Os assassinatos de pelo menos três pessoas estão relacionados com o grupo de extermínio sob investigação: do policial militar reformado Ilson Martins Figueiredo, ocorrido em 11 de junho do ano passado; do ex-segurança Orlando da Silva Fernandes, em 26 de outubro de 2018; e do estudante de Direito Matheus Xavier, em abril deste ano.

Para dar o nome à operação, os policiais utilizaram um termo do dialeto napolitano, do idioma italiano. Omertá, conforme o Gaeco, é um termo que se fundamenta em um forte sentido de família e em um silêncio que impede a cooperação com autoridades policiais ou judiciárias. Trata-se de um código de honra muito usado nas máfias do sul da Itália.

ADRIEL MATTOS E NATALIA YAHN – Correio do Estado




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