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Política • 15 fev, 2019

Jornal aponta duas candidaturas de MS como potenciais “laranjas” de partidos


 

Gilsy Arce acompanhada do candidato Odilon do PDT – Crédito Divulgação

 

A polêmica que assombra o governo de Jair Bolsonaro (PSL), envolvendo supostos candidatos laranjas nas eleições de 2018, parece ter marcado presença também em Mato Grosso do Sul.

Um levantamento feito pela Folha de S. Paulo incluiu numa lista de 53 pessoas, as candidaturas de Gilsienny Arce Munhoz, a Gilsy Arce (PRB-MS), e Tatiana Mateira (Pros-MS), ambas disputando o cargo de deputada estadual.

Segundo o DivulgaCand, sistema de transparência do Tribunal Superior Eleitoral, Gilsy foi agraciada com o montante de R$ 761.589,50 para uso na campanha, 99.79% oriundos da diretoria nacional do partido.

A sul-mato-grossense utilizou quase toda a verba, um gasto total de R$ 759.996,60, mas nas urnas recebeu apenas 491 votos.

Já Tatiane Mateira (Pros) recebeu R$ 154.264,90 e no final das eleições saiu apenas com 96 votos.

No DivulgaCand, os gastos da candidata Gilsy Arce ficaram concentrados na contratação de pessoal. Ao todo ela gastou R$ 361.638,88 para a equipe que promoveu sua campanha.

Em média, a candidata à Assembleia Legislativa de MS pelo PRB pagou o absurdo de R$ 1.550,00 por voto.

Tatine da Mateira também concentrou os gastos em pessoal. Ao todo R$ 98.164,03. Por cada um dos 96 votos recebidos, a postulante empenhou em média, R$ 1.606,00.

Segundo a Folha, dos 53 candidatos suspeitos em todo o Brasil, 49 eram mulheres. O fato reforça a suspeita de serem apenas laranjas, já que a lei obriga que pelo menos 30% dos recursos partidários sejam aplicados às candidaturas femininas.

O QUE DIZEM OS DIRETÓRIOS?

Dourados News entrou em contato com os presidentes do PRB, Wilton Acosta, e Pros, Fabrício Venturolli, para posicionamento diante da denúncia.

Wilton justificou o gasto extraordinário na campanha de Gilsy como uma ‘escolha mal sucedida’. Questionado sobre os critérios que levaram o repasse à candidata, Acosta afirmou que após reuniões do partido, o nome dela surgiu como aquele com maior potencial para disputa já que cumpre cargo de carreira no serviço público estadual.

Outras duas candidatas, Nilva e Desire Queiroz, tiveram resultado superior, mas a fatia do repasse foi bem menor. Para Nilva, que recebeu 628 votos, foi aplicado R$ 183.749,29. Já para Derise, que alcançou 670 votos, o valor investido não passou dos R$130.000,00.

Para o presidente do partido, todas as candidaturas do PRB sofreram um resultado não esperado e que a obrigatoriedade do repasse de 30% às candidatas mulheres acaba sendo um problema, levando em consideração que a parcela feminina na política ainda é baixa.

Das 11 candidaturas do partido ao cargo legislativo estadual, apenas a de Antônio Vaz alcançou eleição. Com R$ 264.209,96 de verba do partido, R$ 495 mil a menos que Gilsy, o candidato conquistou a cadeira na ALMS após a conquista de 16.224 votos.

“Não posso dizer que ela não fez campanha. Eu a acompanhei em várias reuniões e na própria fanpage é possível ver que ela saiu às ruas. Não há consistência em chamá-la de laranja”, disse.

O presidente do diretório do Pros não atendeu as ligações da reportagem.




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