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Política • 11 jul, 2020

OAS bancou reforma para Toffoli, diz jornalista


O ex editor-chefe da Revista Época e fundador da plataforma Vortex Media, Diego Escosteguy, assina uma série de reportagens que afirma que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, foi beneficiado pela empreiteira OAS, em 2013, quando já era ministro, com reforma em sua casa. Além dele, o irmão Ticiano Toffoli, ex-prefeito de Marília, teria sido contemplado com favores da empresa, uma das denunciadas na Operação Lava Jato.

“Documentos secretos do departamento de propinas da OAS indicam que a empreiteira beneficiou financeiramente o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, e seu irmão, o ex-prefeito de Marília, em São Paulo, Ticiano Toffoli. A planilha ‘composicaodesembolso-ecano2013.xls’, elaborada pela ‘Controladoria de Projetos Estruturados’, como era conhecido o departamento de propinas do grupo, registra que a empresa bancou uma reforma na casa de Dias Toffoli em 2013, quando ele já era ministro do tribunal. Nela, há o seguinte lançamento: ’15 mil – reforma casa dias toffoli em 2013′. Outro arquivo (‘ajustes solicitados GRI em 29/10/12.pdf’) do departamento de propinas anota que o irmão de Toffoli recebeu R$ 850 mil em dinheiro vivo, durante 2012”, escreve Escosteguy.

“Os documentos estão entre os 8.916 arquivos anexados pela Procuradoria-Geral da República no Supremo Tribunal Federal nos autos da PET 7254, que tramita em sigilo. (‘PET’ é a abreviação de Petição, uma classe processual usada regularmente, entre outros fins, para homologar delações premiadas.) Foram entregues à PGR por delatores da área financeira da OAS, em colaborações negociadas sem o conhecimento da cúpula da empreiteira e homologadas pelo ministro Edson Fachin em 2017. O acervo estava guardado fora do Brasil e compõe a contabilidade secreta da OAS, em que se registrava pagamentos ilegais da empresa. Um dos delatores diz que recebeu ordem para destruir os documentos. Ele e outros funcionários da área financeira da OAS preferiram entregar os arquivos ao Ministério Público”, prossegue a reportagem, disponível no site da Vortex Media.

Em seu Twitter, o jornalista Diego Escosteguy chegou a comentar: “Julgo, ciente da possibilidade de estar errado, que os assuntos são profundamente graves e complexos, arredios a leituras binárias.”

A reportagem surge um dia após Dias Toffoli decidir que a Lava Jato tem de compartilhar informações com a Procuradoria-Geral da República.




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