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Política

Política • 01 dez, 2021

Partidos tentam aumentar bancadas no Congresso


Apesar das eleições para o Executivo dominarem o debate político a cada quatro anos no Brasil, a maior parte dos partidos políticos permanece mais interessada em turbinar as suas bancadas no Congresso do que em, necessariamente, eleger o presidente.

Desde a redemocratização, os maiores partidos no Congresso comandam e barram votações, incluindo pedidos de impeachment do presidente e, desde o Orçamento Impositivo e agora com o Orçamento Secreto, decidem para onde vão grande parte dos recursos da União, atribuição originalmente do Executivo (apesar de sempre ter havido emendas parlamentares e de bancadas, elas eram alocados pelo Executivo).

Guiados pelo crescimento do seu poder de atuação, os partidos direcionam os seus apoios a candidatos à Presidência a partir dos cálculos eleitorais de aumento de suas próprias bancadas. A estratégia é clara entre partidos que podem apoiar a candidatura à reeleição do presidente Bolsonaro, como PL, PP e Republicanos. Os três partidos têm hoje respectivamente 43, 42 e 31 deputados.

Ao estarem ao lado de Bolsonaro nos palanques, eles podem se beneficiar da exposição e da popularidade do presidente e aumentar ainda mais as suas bancadas. Mesmo que o presidente não seja eleito, o poder desses partidos estará maior em 2023 com bancadas turbinadas. É importante lembrar que o PSL, partido até então nanico, elegeu a maior bancada na Câmara em 2018 na esteira do bolsonarismo.

O Podemos trabalha no mesmo sentido. Partido grande no Senado, mas pequeno na Câmara, com 11 deputados, precisa aumentar a bancada, especialmente para garantir a governabilidade em caso de vitória de Moro. A estratégia da legenda é usar o entusiasmo que a pré-candidatura de Moro despertou para atrair parlamentares de outros partidos para as eleições 2022. As filiações devem ocorrer em série. Na semana passada, o general Santos Cruz se filiou à legenda.

O MDB, partido de grande capilaridade e grandes bancadas, mantém a hegemonia no Senado, mas vem perdendo cadeiras na Câmara nos últimos anos. Baleia Rossi, presidente do partido, espera que a legenda volte a ter mais de 50 deputados na Câmara, hoje tem 33, e tem trabalhado não somente na candidatura de Simone Tebet à presidência, mas em alianças com outras legendas do espectro do Centro.

Fruto da anunciada união dentre DEM e PSL, o União Brasil nascerá com a maior bancada na Câmara, mas a tendência é de perder deputados que migrarão para outras legendas. A união trará recursos, mas os dirigentes ainda não se posicionaram de forma clara para além de 2022. O presidente do DEM, ACM Neto, tem conversado de forma reservada com Sergio Moro e uma aliança com o Podemos não está descartada.

Outros partidos podem se unir para garantir a sobrevivência. É o caso do PCdoB que pode desaparecer pela cláusula de barreira e estuda formar uma federação com o PT e o PSB. A formação de uma federação, no entanto, é complexa – a possibilidade foi aprovada recentemente – e prevê fidelidade por ao menos quatro anos entre os partidos e atuação conjunta nas esferas federal, estadual e municipal. As informações são do R7.




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