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Artigos, Política • 27 jan, 2019

Venildo Trevisan: “Caminho solidário”Frei


Caminhando pelos caminhos dos sentimentos, deparei-me com pessoas muito originais em sua maneira de olhar outras pessoas que se encontram no mesmo caminho. Cada uma com sua maneira própria de caminhar, de relatar situações e de interpretar acontecimentos.

Cada uma com sua história, com seus talentos e com seus sentimentos. Cada uma com suas decisões e suas dificuldades. Todas olhando para alguma direção. Algumas iluminadas pelo entusiasmo e criatividade. Outras, lamentando e maldizendo a escolha feita. Porém, no íntimo, cada qual elaborando forças e energias para prosseguirem em seu destino.

Todas no mesmo caminho. Cada uma com seus projetos e seus sonhos. Algumas com mais facilidades. Outras, com mais dificuldades. Porém, todas caminhando com esperança de alcançar ou realizar seus objetivos pessoais. Vi com certa apreensão que poucas se interessam em saber como as demais estão. Não examinam se estão bem ou se precisariam de ajuda.

Mundos fechados. Mundos isolados. Mundos incomunicáveis. São verdadeiros universos repletos de desejos e sonhos nem sempre bons e produtivos. Muitos lamentando frustrações. Outros maldizendo insucessos. E outros ainda amargando derrotas e perdendo o entusiasmo de lutar para continuar a caminhada por mais difícil que se apresente.

Vejo em outro lugar desse caminho pessoas que, apesar das dificuldades, apesar da cruz pesando em seus ombros, sobram energias e sabedoria para olharem as que se encontram em maior dificuldade. E estendem as mãos com generosidade para assegurar solidariedade e esperança de juntas chegarem ao objetivo sonhado.

Ainda existem corações generosos. Ainda existem almas acolhedoras e solidárias. Ainda existem pessoas que sabem doar um tanto de suas energias para aliviar dores, para enxugar lágrimas, para erguer os caídos, para alimentar esperanças e para celebrar vida nova no amor.

Ainda existem pessoas conscientes e comprometidas com o exemplo dado pelo Mestre dos mestres, ao revelar a grandeza do coração voltado para os necessitados ao declarar: “O Espírito do Senhor está sobre mim porque me ungiu; enviou-me para anunciar a Boa Nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos presos a redenção; aos cegos, a restauração da vista; e para pôr em liberdade os cativos” (Lc.4,14-20).

São esses os corações felizes. São esses os corações que descobrem a vontade de Deus nas manifestações e nos apelos dos mais sofridos. Veem neles a esperança de Deus. Celebram com eles a conquista da dignidade e o contentamento da liberdade. Formam um só coração e uma só alma, celebrando a vida plena e saudável.

São esses os corações privilegiados por se deixarem trabalhar pela graça de Deus, dispondo de uma parcela de sua interioridade para colocar-se a serviço da vida.

E a humanidade poderia ser mais livre e mais feliz, se os seres humanos caminhassem solidários e não deixassem ninguém sofrer a fome, a doença e a pobreza. E todos celebrassem cada dia como o dia da fraternidade e da solidariedade.

Fonte – Correio do Estado




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