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Artigos • 09 out, 2024

Recado das eleições para a direita e a esquerda (Leonardo Barreto)


Montagem de imagens coloridas de Lula e Bolsonaro - Metrópoles

Em eleições municipais, ninguém pode dizer que saiu campeão. Todo mundo tem uma vitória aqui e outra ali. É preciso ter isso em mente para relativizar as generalizações que confundem mais do que explicam.

O partido do cacique Valdemar Costa Neto e do ex-presidente Jair Bolsonaro venceu em 11 dessas cidades, está no segundo turno como favorito em 12 e como azarão em 11. Ou seja: foi competitivo em 34 cidades ao todo. Depois dele, se saíram melhor o UB (9, 4 e 6), o PSD (6, 6 e 4) e o PP (5, 4 e 2). O PT ficou na 8ª colocação (2, 4 e 8).

Daí é possível extrair alguns recados que provavelmente irão dominar as análises nesta semana. O sentimento de centro-direita prevaleceu mesmo que tenha havido claramente uma divisão entre eleitores que puseram a ideologia na frente, e outros que preferiram discutir a solução de problemas nas cidades.

O PT ficou longe dos seus objetivos. As derrotas mais doídas foram a de Teresina, Anápolis e Belo Horizonte, onde o partido foi varrido do mapa. Mas o PT conseguiu chegar ao segundo turno em Natal, mostrando a força da governadora Fátima Bezerra; em Fortaleza e em Porto Alegre; além de ter sido reeleito em Juiz de Fora e em Contagem, cidades mineiras.

É curioso um certo perfil de direita que ocupou espaço em capitais importantes. Jovem, discurso nitidamente de direita, comunicação via redes sociais e campanhas baratas. São os casos de Belo Horizonte, Fortaleza e Goiânia principalmente.

Alguns líderes regionais ganharam força por terem feito o dever de casa e encaminhado as eleições nas suas capitais. São os casos de Helder Barbalho (PA), Tarcísio de Freitas (SP), ACM Neto (BA), Arthur Lira (AL) e João Campos (PE). Outros decepcionaram e perderam no seu próprio quintal, como Wellington Dias (PI), Jerônimo Rodrigues e Rui Costa (BA), Ciro e Cid Gomes no Ceará.

Para Bolsonaro, deve ficar o reforço da campanha pela sua reabilitação junto ao TSE. Hoje, ele deve estar ouvindo de assessores que, se reverter a condição de inelegibilidade, pode ter chances em 2026. Mas não sem antes enfrentar um quebra-cabeças chamado Pablo Marçal. O ex-coach mostrou que se o ex-presidente se mover muito para o centro, deixará um batalhão de eleitores desassistidos e suscetíveis a outros candidatos da direita. (Site Metrópoles)




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