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Artigos • 30 nov, 2021

Terceira via nunca foi tão improvável, nem tão necessária


(por Joel Pinheiro da Fonseca)

Ideal seria que Moro, Ciro e Doria não concorressem ao mesmo tempo

Pouco a pouco vão se afunilando as escolhas para a candidatura de terceira via, essa última esperança de que o Brasil escape da dicotomia Lula Bolsonaro em 2022. Mas por que ser contra essas duas candidaturas?

De Bolsonaro não é preciso falar muito, já que o estamos vivendo: o misto de incompetência e má fé a que estamos submetidos há quase três anos lançou o país num clima de bagunça constante no qual tudo se deteriora: educação, meio ambiente, saúde pública (sem esquecer a conduta criminosa na pandemia), economia, relações internacionais. Em todas as áreas, o retrocesso é palpável. Bolsonaro é bom em criar ruído e desviar o foco; em todo o resto, é um desastre. Sem falar nos insuportáveis ataques à democracia.

Quanto a Lula, ele chega montado na mesma máquina de guerra petista que deu início a retórica do ódio político no Brasil (mais tarde aperfeiçoada pelo bolsonarismo) enquanto capitaneava os maiores escândalos de corrupção da nossa história. No discurso hoje dominante no PT, mensalão e petrolão nunca existiram, Venezuela e Nicarágua são exemplos de democracia e a prioridade no Brasil deveriam ser o controle social da mídia e o combate ao neoliberalismo.

Além dos motivos que depõem contra os dois, o debate político brasileiro se beneficiaria da quebra da lógica da polarização que piora a cada ciclo eleitoral. 2022 promete ser ainda pior que 2018. Promover um segundo turno diferente de Lula x Bolsonaro já arejaria o debate.

O problema está na matemática. De acordo com a pesquisa mais recente (PoderData, 22 a 24 de novembro), a soma das intenções de voto de todos os candidatos da terceira via dá algo próximo da intenção de voto de Bolsonaro. Portanto, qualquer que seja o escolhido da terceira via, ele terá que não apenas concentrar grande parte desses votos hoje dispersos como também conquistar eleitores novos.

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