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Política • 12 abr, 2021

Eficácia da CoronaVac aumenta se intervalo entre doses for superior a 21 dias


Tem eficácia geral de 50,7%  –  Com intervalo maior, vai a 62,3%  –  Eficácia contra casos graves: 100%  –

Para casos leves, taxa é de 83,7%

A CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, tem eficácia contra casos leves, moderados e graves de covid-19, além de ser eficiente contra ao menos 3 variantes do coronavírusDivulgação/Instituto Butantan


Um estudo publicado neste domingo (11.abr.2021) na plataforma científica SSRN demonstrou que a eficácia geral da CoronaVac é de 50,7% conta a covid-19. Os resultados ainda não foram avaliados por outros cientistas, o que é necessário para serem considerados válidos. Mas os números são similares aos apresentados pelo Instituto Butantan em janeiro de 2021.

A CoronaVac, vacina contra a covid-19, foi desenvolvida em parceria da farmacêutica chinesa Sinovac com o Butantan. Atualmente, ela é o principal imunizante na campanha de imunização brasileira. A vacina da AstraZeneca também é aplicada no país.

O estudo de fase 3 (íntegra, em inglês – 1,4 MB) tem como foco avaliar a eficácia e a segurança da vacina. A pesquisa foi comandada por Ricardo Palacios, diretor de Estudos Clínicos do Butantan. Realizado entre 21 de julho e 16 de dezembro de 2020, o estudo reuniu 12.396 voluntários. Todos eram profissionais de saúde saudáveis do Brasil.

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Os testes confirmaram a segurança do imunizante. A principal reação adversa registrada foi dor no local da aplicação da injeção. Entre os voluntários que receberam a vacina, 77,1% afirmaram sentir dor. Já entre quem recebeu placebo, 66,4% relataram o mesmo. O estudo foi feito de forma que os voluntários não soubessem se tinham recebido a vacina ou o placebo.

 

 

Sobre a eficácia, o estudo mostrou que, apesar da eficácia geral pouco acima do necessário (50%) para uma vacina ser considerada eficaz, a CoronaVac impede a morte de pessoas infectadas pelo coronavírus. A eficácia contra casos moderados e graves da covid-19 é de 100%. Já para casos leves, mas que precisam de assistência médica, é de 83,7%.

O estudo concluiu que a eficácia da vacina aumenta se a aplicação da 2ª dose for feita 21 dias ou mais após a 1ª injeção. A recomendação do Ministério da Saúde no Brasil é que a 2ª dose seja disponibilizada no intervalo de 14 a 28 dias após a 1ª.

O estudo contou ainda com um subgrupo para analisar a eficácia da vacina contra 3 variantes: a de Manaus (P.1), a do Rio de Janeiro e a B.1.128 (linhagem “mãe” da P.1). De acordo com os testes, a vacina da CoronaVac permite que o corpo humanos desenvolva anticorpos para as variantes. Não houve alterações significativas no nível de proteção.

Outro estudo, comandado pelo grupo Vebra Covid-19, já tinha identificado que a vacina era efetiva contra a variante P.1. As análises dessa outra pesquisa levaram em conta testes de 67.718 profissionais de saúde de Manaus. A eficácia encontrada foi de 50%, número próximo ao da eficácia geral verificada pelo Butantan.

O resultado com variantes é importante porque elas têm maior potencial infeccioso. A P.1, por exemplo, foi encontrada em 91% dos casos de covid-19 em São Paulo, segundo dados divulgados na 6ª feira (11.abr). Esse percentual era de 0% há 12 semanas




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