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Artigos • 02 jun, 2022

A violência contra as mulheres


(Cláudio Henrique de Castro) –

No Paraná, em 2021 foram 190.400 casos que envolveram violência contra as
mulheres.
No mesmo ano, a violência doméstica atingiu 65.560 casos, e a violência sexual atingiu
8.424 pessoas (SESP/PR).

De 2018 para 2019 houve um aumento de 40,8% na violência doméstica e sexual em
nosso estado, e no Brasil o mesmo item foi de 35,5%.
Essas estatísticas são subestimadas e não representam a realidade, pois cerca de 55%
a 95% das sobreviventes não divulgam a agressão ou buscam serviços de auxílio.

A violência doméstica e familiar contra a mulher é considerada como qualquer ação ou
omissão baseada no gênero feminino que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
psicológico e dano moral ou patrimonial.

A verdade: os números de casos estão aumentando, e as leis e as instituições não
funcionam.
O processo penal para as vítimas é outra dor e sofrimento, o tempo que leva para
resolver, as medidas protetivas que não funcionam e todo um teatro que oprime e assassina
milhares de mulheres todos os anos.

Essa herança histórica vem do escravagismo, a cultura do estupro das escravas e a
coisificação dos seres humanos: mulheres, escravas, idosas, especiais, pobres e tudo mais que
a elite do atraso brasileira sempre cultivou: a exclusão.

Alterar essa cultura da violência, começa pelas artes, pela educação e pelas leis.
A indústria musical, que torna as mulheres objeto, deve ser questionada, a educação
fundamental deve discutir esse tema e as leis devem se inspirar em países que enfrentaram
esse tema de forma radical, aumentando as penas e radicalizando as medidas cautelares.

Personagens políticos que zombam e ironizam a condição das mulheres, e por omissão
se calam à cultura do estupro, devem ser responsabilizados.
A cultura do machismo no Brasil fere e mata milhares de mães todos os anos.

A apologia ao alcoolismo pelas músicas sertanejas, financiadas pela Ambev, também
coisifica as mulheres e lhes inferioriza a condição humana.
Isso tudo deve ser questionado se quisermos alterar essa dramática realidade.




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