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Artigos • 27 ago, 2023

Flores e bancos para Campo Grande


 

(por Wilson Aquino) – Neste ano, Campo Grande, a Cidade Morena, que ostenta com orgulho o título de capital de Mato Grosso do Sul, comemora 124 anos de história vibrante e promissora. No entanto, ao refletir sobre o passado e o presente, é inegável notar que, apesar das conquistas, um desafio constante persiste: o abandono das praças e jardins que adornam essa cidade de gente feliz e trabalhadora.

Esses espaços, que poderiam ser verdadeiros oásis de lazer e bem-estar, têm sido negligenciados por sucessivas administrações públicas. O cenário desolador de praças descuidadas e jardins esquecidos ilustra uma insensibilidade lamentável por parte dos gestores, que parecem não reconhecer o valor do lazer como um pilar fundamental para a qualidade de vida dos cidadãos e de suas famílias.

A visão de praças esquecidas, onde plantas murchas e estruturas depredadas dominam, contrasta profundamente com o potencial que esses espaços poderiam desencadear. Se transformadas em ambientes arborizados, cuidadosamente ajardinados e floridos, essas praças não apenas trariam beleza à cidade, mas também se converteriam em refúgios de alegria e convivência.

Em uma época marcada por correrias e demandas incessantes, a necessidade de refúgios acolhedores é ainda mais premente. Imaginem praças repletas de flores exuberantes, bancos estrategicamente dispostos sob a sombra de majestosas árvores, onde famílias inteiras pudessem desfrutar de momentos de diversão, conversas e afetos. Esse é o poder que um ambiente bem cuidado tem de inspirar sentimentos nobres, de estreitar laços entre pais e filhos, fortalecer vínculos conjugais e criar espaço para encontros saudáveis entre casais jovens.

Até mesmo o emblemático Parque das Nações Indígenas, que deveria ser um santuário verdejante para os cidadãos, carece da infraestrutura necessária para acomodar os visitantes. Os bancos, tão essenciais para proporcionar pausas contemplativas, são raros, deixando famílias sem um local adequado para desfrutar do espaço. Esse exemplo é típico de como a falta de cuidado e atenção afeta a qualidade de vida de todos os cidadãos.

Além disso, a ausência de manutenção nas construções e reformas realizadas é um ponto crítico. É comum ver projetos que brilham no início, mas logo caem em desuso e deterioração por falta de acompanhamento.

A cidade precisa de uma abordagem mais comprometida, que inclua não apenas a criação de espaços, mas também a garantia de sua manutenção e constante aprimoramento. Os gestores públicos têm a responsabilidade de assumir um compromisso mais profundo com a cidade e seus habitantes.

A beleza de Campo Grande não se limita apenas às suas paisagens naturais, mas também à atenção cuidadosa dada aos detalhes
urbanos. Ruas, avenidas e espaços públicos bem cuidados refletem o carinho da administração pela comunidade, transformando a Cidade Morena em um lugar não apenas belo, mas acolhedor e agradável para todos.

Neste aniversário de 124 anos, é tempo de refletir sobre o passado, corrigir erros e abraçar um futuro onde as praças florescem, os jardins se transformam em convites ao encontro e os bancos tornam-se testemunhas dos sorrisos e das conversas que fortalecem os laços familiares e comunitários. O renascimento da beleza e do cuidado na cidade é um presente que todos merecem, e é o compromisso que os gestores devem assumir para garantir um futuro mais vibrante e acolhedor para Campo Grande.

*Jornalista e professor




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