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Artigos • 26 set, 2024

Horário de verão


(por Célio Heitor Guimarães) – 

Sempre fui e continuo sendo contra o que se chama horário de verão, que, durante algum tempo, se abateu sobre parte da população brasileira e que agora o governo Lula cogita retornar. É uma desgraça que não traz nenhuma vantagem; só desequilíbrio e problemas.

(por Célio Heitor Guimarães) – 

Segundo os especialistas, a consequência imediata do horário de verão é o desajuste do relógio biológico das pessoas. Até o organismo humano se adaptar ao novo horário, o indivíduo se sente sonolento, mais cansado e desatento. Estudos mostram também que a adaptação à mudança pode afetar o padrão de sono e causar complicações cardíacas. É que a alteração do horário mexe com a produção de hormônios como a melatonina e o cortisol, responsáveis respectivamente por dar sono e despertar o corpo.

Por outro lado, a justificativa oficial de economia elétrica é uma farsa, pois o que se economiza ao final da tarde gasta-se no início da manhã.

Tinha-se como objetivo principal a redução de consumo de energia elétrica a partir do melhor aproveitamento da luz natural com o adiantamento dos relógios em uma hora. Como nos últimos anos houve mudanças no hábito de consumo de energia da população, deslocando o maior consumo diário de energia para o período da tarde, o horário de verão deixou de produzir os resultados almejados, perdendo a sua razão de ser.

Além do que, devido à intensificação do uso de equipamentos de condicionamento de ar, constatou-se que os impactos elétricos e energéticos associados ao horário de verão estão diretamente associados à temperatura e não somente aos aspectos de iluminação.

Assim, o horário de verão foi cancelado em 2019. Agora, a volta do infeliz está sendo recomentada pelo tal ONS (Operador Nacional do Sistema). E o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, embora reconheça que a medida “impacta muito as pessoas”, passou a bomba para Luiz Inácio.

O ex-ministro Bento Albuquerque, titular da pasta das Minas e Energia quando a medida foi cancelada, foi mais direto e sincero: “A contribuição do horário de verão é limitada, tendo em vista que, nos últimos anos, houve mudanças no hábito de consumo de energia da população, deslocando o maior consumo diário de energia para o período diurno”.

A população, principal afetada, nunca foi verdadeiramente consultada. Apregoa-se que é favorável. Mas, tirante a minoria que pretende passar uma hora a mais na praia, no comércio ou no dolce far niente, a maioria é contra, pois enquanto o gostosão tem uma hora a mais nas águas de Copacabana, Ipanema, Leblon, Guarujá ou Jurerê, o trabalhador, que já levantava às 5 h., passa a levantar-se às 4 h. e seguir para o trabalho ainda de noite, sem maior segurança.

E as crianças que estudam no período matutino? Segundo depoimento de professoras, o horário de verão é péssimo, as aulas não rendem, pois as crianças estão sonolentas.

Por fim, uma indagação: será que o governo do companheiro-presidente não nada mais útil para fazer, além de desenterrar o inútil horário de verão?!




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