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Artigos • 04 jul, 2025

Legislativo, Executivo e Judiciário estão vivendo um relacionamento tóxico


por Renato Terra, na FSP –

Brigas acumularam mágoas durante anos e existem diversos casos de abuso psicológico e chantagens emocionais

política no Brasil se estrutura num modelo de trisal. Espera-se um relacionamento saudável, senão amoroso, entre Executivo, Legislativo e Judiciário. As brigas conjugais, no entanto, acumularam mágoas ao longo dos anos. Há casos de abuso psicológico e chantagem emocional. O atrito chegou a tal ponto que cada um vive isolado em sua casa.

“Ele quis abrir a relação”, acusou o Judiciário, com dedo em riste. “Você não me deixava fazer nada! Era um controle excessivo! Tive que procurar guarida no colo dos militares”, retrucou o Executivo. “Mas vira a página! Isso foi em outra encarnação”, acrescentou.

“O problema é que vocês dois se acostumaram a ser os donos da verdade”, berrou o Legislativo. “Ninguém me valorizava nessa bagaça. Ficavam só de panelinha. Agora que tô rico, independente e todo trabalhado na autoestima, eu quero é que vocês se explodam!”. “Você só fala comigo quando quer alguma coisa”, retrucou o Executivo, virando o rosto.

“E vocês me atacam pelas costas e depois vêm falar comigo para resolver as suas briguinhas!”, alardeou o Judiciário, enquanto batia na mesa. Nesse momento, todos os três Poderes se olharam. “Foi ele que começou”, acusaram-se, os três, mutuamente.

Diante de tantos culpados e nenhum responsável, a solução proposta foi uma lua de mel. “Vamos esfriar a cabeça em Lisboa, gente querida. Uma viagem à Europa pode ser perfeita para conversar e, quem sabe, se reconciliar”, argumentou o ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil, professor do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa e doutor em direito pela Universidade de Münster.

Enquanto enrolava um charuto, o conciliador da república do Mato Grosso foi direto ao ponto. “Com a cabeça fria, voltaremos ao berço da colonização brasileira para relembrar o um ponto fundamental: a relação estável dos três Poderes existe para acomodar os interesses das classes dominantes. A gente tá aqui para agradar os ‘sugar daddies’”, concluiu.

“Vai ter boca livre?”, perguntou o Legislativo. Diante da resposta positiva, o Judiciário consentiu: “É mesmo o momento de sentarmos para discutir as prerrogativas da democracia em prol do povo brasileiro”.

“Nada como uma ajuda profissional para reconhecermos o problema e estabelecermos nossos limites”, reconheceu o Executivo.

“Muito bem. O que move o Brasil pra frente é o tapinha nas costas”, agradeceu o Mercado.




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