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Artigos • 06 ago, 2024

Musculação também é para a terceira idade


Para quem pensa que academia é só para jovens dispostos a ficar sarados, talvez seja hora de rever esses conceitos. A musculação não apenas é sinônimo de saúde física, mas também mental. Talvez mais ainda para a terceira idade, quando a atividade física regular, adaptada aos limites de cada indivíduo, oferece benefícios essenciais para a vida.

Na medicina esportiva, veem-se muitas descobertas referentes aos efeitos dos exercícios físicos para os idosos. Um dos mais recentes é o que está publicado na revista científica GeroScience. O grupo de pesquisadores selecionou 184 idosos com idades entre 85 e 99 anos, e os separou em três grupos: aqueles com rotina sedentária, outros que praticavam estritamente exercícios cardiovasculares e um terceiro grupo, cujos integrantes associavam atividades cardiovasculares com exercícios de força.

O resultado, cá entre nós, é o óbvio: a partir de uma série de exames cognitivos, observou-se que o último grupo foi o que apresentou melhores e mais rápidas respostas aos comandos cerebrais. Em outras palavras, a musculação tem efeitos diretos sobre a longevidade de maneira geral. O velho bordão do corpo são, mente sã nunca fez tanto sentido, sobretudo para os indivíduos da terceira idade.

Já sabemos os efeitos do envelhecimento para o organismo e para a nossa estrutura física cognitiva. A perda natural da massa muscular, também chamada de sarcopenia, é o que condiciona os mais velhos a um estado de fraqueza, redução da atividade cerebral e maior dependência. Porém, quando nos proporcionamos atividades físicas regulares, reduzimos substancialmente essa perda e preservamos a flexibilidade e a mobilidade necessária para a realização das tarefas cotidianas.

Todas essas evidências contribuem para conscientizar os mais velhos de que as academias de musculação também são para eles, mas a realidade não é bem essa. De acordo com o Censo 2022, do IBGE, o Brasil possui 14,3 milhões de idosos com idade a partir dos 70 anos. Destes, ainda segundo o IBGE, apenas 9 milhões praticam algum tipo de atividade física. As caminhadas são os exercícios preferidos de 66,5% do montante; andar de bicicleta é a predileção de 13,3% deles, enquanto a academia é frequentada por apenas 9,69% deste grupo. Ou seja, menos de 900 mil idosos no país fazem musculação.

Um número ainda ínfimo para uma comunidade em particular que necessita cada vez mais de exercícios orientados e adequados às suas necessidades. As grandes academias, como é o nosso caso, possuem programas adaptados às limitações físicas dos idosos, o que significa aparelhagem e pessoas devidamente treinadas para recebê-los. A presença da terceira idade nesses ambientes precisa ser regra, não exceção, como ocorre atualmente.

‌Anderson Franco

O autor é o empreendedor e fundador da rede de academias Allp Fit, Anderson Franco




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