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Opinião e atitude no Mato Grosso do Sul

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Artigos • 31 ago, 2022

O racismo nas relações de consumo


(Cláudio Henrique de Castro) –

Todos devem ser tratados com respeito e educação, dentro ou fora de
estabelecimentos comerciais.

O Procon de São Paulo, pioneiro e atuante, desenvolveu dez princípios para o
enfrentamento do racismo nas relações de consumo.

Sofrem preconceito os clientes e os funcionários.
Vez por outra se percebem atendimentos precários com o tratamento
diferenciado em razão da classe social, etnia e da cor da pele.

Qualquer forma de discriminação e preconceito em função da cor da pele, etnia,
raça, e incluo a religião, ou outras maneiras ocultas de se distinguir pessoas, devem ser
denunciadas.

São atos que demonstram isso: a proibição ou constrangimento ao ingresso ou
permanência em estabelecimentos abertos ao público.

Nenhuma dessas tratativas podem se manifestar de forma violenta,
constrangedora, intimidatória ou vexatória.

Não se pode abordar, revistar ou imobilizar nenhuma pessoa ou desrespeitar,
ofender ou agredir verbal ou fisicamente os funcionários, motoboys, prestadores de
serviço, atendentes ou vendedores em razão da sua pele, raça, etnia ou qualquer outra
forma de discriminação.

Toda essa violência social, decorre do longo histórico escravocrata do Brasil e a
segregação racial e social que ela representou.

Ainda não foi realizada em nosso país a ruptura da separação social entre os
milhões de pobres e a pequena parcela de ricos. Não temos instrumentos democráticos
que possibilitem o nascimento de uma ampla classe média, multicolorida e fraterna,
ainda somos um país de profundas exclusões.

Não foi realizada a segunda abolição, que era incorporar a população à
sociedade brasileira na condição de cidadã, com terra, saneamento, educação,
segurança, com todos os privilégios de uma parcela da população descendente dos
colonizadores europeus, isso não aconteceu até hoje.

O problema foi o dia seguinte ao 13 de maio de 1888 (Laurentino Gomes).
Vá a qualquer metrópole brasileira e observe quem mora nos bairros nobres e
quem mora nas periferias abandonadas e dominada pelo tráfico: a população de
descendência africana. O Brasil é o país mais segregado na sua geografia, e não
precisou leis de segregação como os EUA.

Os melhores empregos, os melhores cargos políticos, quantos escritores, quantos
artistas, empresários, existem negros, mas proporcionalmente são a minoria, não
obstante a população ser, majoritariamente, negra.

O mito da escravidão branda e da democracia racial são erros e mentiras
históricas, nosso país é racista, pois normaliza os abismos econômicos. Fomos o maior
território escravista da América, e aceitar a atual realidade é uma forma de racismo,
silencioso.

Há traços de esperança no futuro do Brasil, bem ou mal, seguimos um caminho
da democracia, e se somos nós que construímos o futuro, os nossos sonhos têm que ser
grandiosos.




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