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Artigos • 04 set, 2023

Sociedade brasileira está acorrentada na corrupção metastática de caráter


(por Luiz Felipe Pondé) – 

Numa fúria de ratazanas, corruptos continuam no poder, administrando as leis de maneira casuística e brochante

Hoje falarei de brasileiros que mandam o Brasil às favas porque perderam a esperança nele. O Brasil é uma câmara de tortura para quem não quer fazer parte da corrupção metastática de caráter que aflige o país. Nossa herança é o cinismo.

Corrupção metastática de caráter é um processo que afeta o tecido profundo do país. É da sua natureza não ser imediatamente movida por dinheiro, o que a faz pior ainda.

A corrupção metastática de caráter que atravessa todas as instituições do país é um fato científico –o que não quer dizer todas as pessoas nessas instituições sejam corruptas, mas temo que quem fica fora da “dança” tem menos chance de se dar bem.

O horizonte da corrupção de caráter no país tem inúmeros desdobramentos. Torna o estado pobre para fazer algo que preste e enriquece os profissionais da política e um monte de gente dos escalões abaixo que espera por umas migalhas dessa riqueza ilegítima. A política é uma lástima.

Os corruptos de sempre continuam no poder e assumem cargos altos na máquina da democracia e se locupletam mesmo com autoridades da lei, fazendo com que no Brasil o poder da lei seja insuportavelmente casuístico. Pode ir para lá ou para cá, dependendo dos ares do momento.

O mercado do contencioso jurídico só cresce. Aqui, até fofoca das redes vira processo no Ministério Público. Não há bandido de verdade a processar?

Aliás, o modo como o estado nas suas funções e instituições está submetido aos interesses dos governos, das ideologias e dos seus lobbies é brochante. E não foi Bolsonaro que inventou isso, e não acabou só porque ele perdeu a eleição.

No Brasil, o Estado é lento para entregar serviços e célere para agredir seus cidadãos das mais diversas formas. Em São Paulo, a cidade se torna a cada dia refém do crack. O tráfico agradece. Quando alguém matar um usuário, o que dirão os “especialistas”? Que os comerciantes são fascistas? A esquerda compõe o cenário de canalhice institucionalizada local.

Fazer ciência no Brasil é sacerdócio ou falta de opção de ir embora. A corrupção de caráter atinge os próprios equipamentos da cultura, transformando o mundo da cultura numa província de seus caciques, muitas vezes medíocres.

Aqui, a teia das relações comerciais, em vários níveis, é atravessada por intermediários que visam depenar a vítima –você. Jovens se especializam em fraudes digitais com a fúria das ratazanas.

Com as redes sociais, a miséria de alma, o autoritarismo de espírito veio à tona. A cordialidade do brasileiro, se existiu um dia, está morta. O que se quer agora é beber o sangue do outro.

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