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Artigos • 24 fev, 2022

Vladimir Putin: “Quem se meter sofrerá consequências jamais vistas na história”


(por Mario Sabino, no Antagonista ) –

Neste momento, ao que indicam imagens feitas na Ucrânia, uma coluna de tanques russos adentrou o país, aparentemente em direção à capital do país, Kiev. O que Vladimir Putin chama de “operação militar”, para supostamente proteger as regiões separatistas do leste ucraniano de um “genocídio”, é, na verdade, uma invasão brutal e em larga escala do território da nação vizinha, naquele que poderá ser o maior conflito na Europa desde o final da Segunda Guerra, em 1945. Só ingênuos poderiam acreditar que o autocrata russo estava blefando e não agrediria a Ucrânia, depois de cercá-la por quase todos os lados, com a cumplicidade do tirano de Belarus, Alexandr Lukashenko, que abriu as fronteiras do seu país para as tropas de Vladimir Putin, a pretexto de ajudá-lo a suprimir uma revolta. A intenção real, como fica evidente agora, era atacar a Ucrânia também pelo lado norte. Foi por lá que a coluna de tanques entrou em território ucraniano.

Quando anunciou hoje de madrugada a “operação militar” contra a Ucrânia, pela televisão, para também “desmilitarizá-la” e “desnazificá-la”, uma mentira deslavada, Vladimir Putin usava o mesmo terno e gravata da transmissão de anteontem aos russos (foto), o que sugere que a fala veiculada hoje já estava gravada. O autocrata russo, no seu anúncio, advertiu os países ocidentais de que “a tentação de se intrometer nos eventos em andamento levará a consequências que vocês nunca viram na história”. A Rússia tem mísseis hipersônicos capazes de carregar ogivas nucleares e de atingir qualquer país do mundo em pouquíssimo tempo.

Os países da Otan, a aliança militar ocidental, vão se reunir entre hoje e amanhã. Depois de muita negação, todos deveriam reconhecer que Vladimir Putin não deterá a sua sanha imperialista na Ucrânia, país cuja existência foi definida por ele como “invenção bolchevique de Vladimir Lenin” . O autocrata busca a ressurreição do império soviético no leste da Europa, como mostra o seu discurso que remonta aos tempos da Guerra Fria. Além de ajudar Kiev a resistir ao invasor, é preciso enviar mais tropas e armamentos pesados para os países da aliança fronteiriços ao agressor russo. Apenas a imposição de sanções econômicas à Rússia, repetindo, não serão suficientes para proteger a civilização dessa nova Besta do Apocalipse. É preciso parar de tentar dialogar com Vladimir Putin e mostrar os dentes para ele, por meio das sanções, demonstrações de força militar e, não menos importante, do confisco do dinheiro e das propriedades que os corruptos que o cercam e lhe servem de testas de ferro mantêm no Ocidente.




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