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Brasil, Educação • 04 fev, 2018

O trágico resultado da educação brasileira!


Por Victória Ângela Bacon
                                                           Ângela Bacon – Secretária Executiva e Jornalista
O número de crianças e adolescentes nas escolas públicas e privadas brasileiras caiu nos últimos cinco anos. Dados do Censo Escolar 2017, do Ministério da Educação, mostram uma queda global de 45 milhões para 43,7 milhões de matrículas, na comparação com 2013 (sem incluir as creches).
As reduções ocorreram no ensino fundamental (queda de 1,8 milhão de matrículas) e no ensino médio (383 mil). Neste último, vale lembrar que há 1,5 milhão de jovens de 15 a 17 anos fora da escola, etapa considerada um dos principais gargalos da educação básica.
O atual ministro da educação, Mendonça Filho que tenta vender imagem como revolucionário da educação brasileira. Em Pernambuco sua terra natal, o ex- governador e atual ministro é visto como uma tragédia política quando esteve à frente do governo de Pernambuco quando Jarbas Vasconcelos renunciou ao mandato para concorrer ao senado por Pernambuco.
Nada foi feito de novo ou fantasticamente na educação brasileira. A problemática norteadora está na evasão gritante de 1 milhão e 567 mil estudantes. Nem países em conflitos e guerras o número é tão preocupante.
Esse índice numérico preocupante é a população de alguns estados do Brasil como Rondônia, por exemplo. Se não estão na escola o que fazem (ociosidade) essas crianças e adolescentes fora da escola?
O aumento gritante da violência em todas ad regiões metropolitanas do Brasil divulgado recentemente pelo IBGE (censo) é o resultado desse processo de evasão escolar. O aumento da criminalidade no Brasil cresceu espantosos 500% nas últimas duas décadas. O processo de evasão escolar aumentou justamente nesse mesmo período. Quem estava criança há uma década atrás, hoje está no circuito da criminalidade social.
Não há como se teorizar a educação com belas frases feitas e com projetos “faz de conta” se algo revolucionário não for feito.
Às vezes deparo-me com filósofos, pensadores e críticos da educação, políticos, etc., apresentando possíveis soluções para a trágica situação da educação Brasileira. Nada feito. Teorias não irão resolver ou solucionar anos de abandono social da educação, investimentos pesados na estrutura intelectual escolar e melhoria no salário e carreira dos que atuam diretamente com a educação básica.
A média salarial de um professor, no Brasil de 2018, é de R$ 2.124,56 (aos que atuam na educação básica das escolas estaduais e municipais). Para se tornar professor é necessário cursar quatro anos de graduação e submeter-se a concurso público de provas e títulos. A média salarial do professor no Brasil está aquém para um profissional da educação ter a dignidade da pessoa humana encravada na Constituição Federal de 1988.
O aumento da violência em todas as cidades do Brasil tem ligação direta ao fracassado processo de ensino do Brasil. O ENEM é o resultado de uma educação básica falida onde as instituições de ensino superior estão sugando jovens com baixíssimo nível de instrução.
Há alguns anos, faltavam vagas em todas as escolas do Brasil. Hoje, ano de 2018, sobram vagas a ponto de milhares de escolas espalhadas pelas 27 unidades da federação promoverem campanha para matrículas. Que horror!
Sou de uma época (anos 90) tão ali, no espaço cronológico-temporal, que não havia tantas facilidades para ter acesso ao ensino seja da educação básica ou superior. Os vários anos de política educacional atrapalhada do governo Lula-Dilma somadas à incompetência de um ministro “faz de conta” (Sir Mendonça Filho) criou essa decadência, talvez irreparável a curto e médios prazos.
Pagaremos um preço muito alto por não sermos solidários a resolver a crise da educação brasileira.
*Secretária Executiva e Jornalista.



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