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Crônica

Crônica, Política • 09 jan, 2022

Avrum Finkenstein, o Provador de Vinhos


*Do Blog do Guelmann (https://gersonguelmann.com.br/blog/ )

O provador de um grande importador de vinhos morreu e o proprietário começou a procurar um novo para contratar. O cargo exigia notável conhecimento, porque o degustador teria que orientar todas as compras e treinar a equipe que viajaria pelo país visitando os restaurantes e promovendo as vendas. 

Avrum Finkenstein, um aposentado com aparência suja e esfarrapada que não tinha nenhum conhecimento técnico e que jamais parou em empregos exatamente por beber demais, candidatou-se ao cargo, que parecia perfeito para ele.

Ao recebe-lo, o diretor encarregado da seleção se perguntou como faria para mandá-lo embora sem criar nenhum problema e muito menos ser acusado de má vontade para com um judeu. Pensou um pouco e decidiu fazer um “teste de qualificação”, na certeza de que o candidato seria reprovado.

Preparado o teste, deram ao pretendente a primeira taça de vinho para provar. O velho experimentou e disse:
– “É um Moscatel de três anos da região da Provença, cultivado na encosta norte, amadurecido em recipientes de aço. De baixa qualidade, mas aceitável”.

Bastante surpreso o diretor pediu que servissem um outro copo e a resposta do candidato veio sem hesitação:
– “É um Cabernet, oito anos, envelhecido em barris de carvalho, amadurecido a trinta e oito graus. Vou lhe dizer: qualidade surpreendente, considerando que é mexicano, se bem que o país vem se notabilizando por essa uva. Requer mais três anos para apresentar resultados muito melhores”.

A essa altura o dono da empresa estava desnorteado, mas como continuava firme no propósito de dispensar o judeu, disse:
– “Absolutamente correto. Um terceiro copo”.

Trazida a amostra seguinte, Avrum tomou um gole, degustou calmamente e opinou:
– ” É um Espumante Pinot Blanc, californiano, boa acidez. Já tomei melhores, mas este não está ruim”. 

O entrevistador jamais havia se deparado com alguém assim em toda sua vida. Preocupado porque não estava conseguindo se livrar do candidato, piscou para sua secretária como se estivesse sugerindo algo. Imediatamente ela saiu da sala e voltou com um copo de vinho barato onde misturou um pouco de sua própria urina.

Finkenstein bebeu um gole, movimentou a bebida na boca e ao contrário do que fez nas provas anteriores, cuspiu e disse:
– “Do vinho eu nem tenho o que falar, de tão ordinário, mas da urina eu posso dizer que é de uma loira de 26 anos, grávida de três meses, ainda não sei se é menino ou menina, mas se eu não conseguir o emprego, vou dizer quem é o pai”.

Foi contratado.




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