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Política • 06 jul, 2024

Durante reunião, empresários indicam um vice para Rose


( Regional Notícias) – A pré-candidata à prefeitura de Campo Grande, Rose Modesto (União Brasil), se reuniu na noite de ontem (04) na Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), durante uma assembleia que reuniu a diretoria da entidade e empresários associados. O intuito, além de ouvir o que a pré-candidata tem a dizer para a categoria, foi reforçar (ainda mais), o nome do diretor e primeiro-secretário, Roberto Oshiro, chancelado pela classe empresarial da Capital, como o vice em potencial para Modesto.

Durante a abertura da reunião, o presidente da ACICG, Renato Paniago, destacou que aquilo que o poder público tenta convergir com o empresariado local, principalmente na figura dos vereadores da Capital, é totalmente, em sua visão, “desconectado com a realidade das empresas” e que a burocracia tem inviabilizado Campo Grande na rota de potenciais investidores. Paniago também destacou a falta de entendimento e aproximação da prefeitura com a classe que é o pilar da economia campo-grandense. Quanto ao nome de Oshiro, Renato atribuiu a carência de legisladores que representem o setor na esfera pública e que o nome de Oshiro foi definido após uma filtragem entre os componentes com mais tempo e condições para esta atribuição.

Convidada especial da noite, Rose abriu sua participação ressaltando a contribuição da Associação Comercial em seu plano de governo e a oportunidade de conversar mais com a classe e parabenizando a entidade. Quanto a Oshiro, Modesto deixou em aberto, acentuando sua importância para sua chapa e disse que “até o dia 30 de julho, tem bastante coisa pra acontecer” e que sua principal aliança no momento é com “o povo de Campo Grande”.

Modesto falou sobre as dificuldades de empreender no Brasil com uma altíssima carga tributária e apontou como de “difícil compreensão” a reforma tributária que ela tinha a esperança de não obter uma aprovação, por não ser algo totalmente resolutivo para o setor empresarial, importantes como geradores de oportunidades de emprego e renda para a população.

Desafios

Rose falou sobre o desafio de se candidatar à prefeitura da Capital, dizendo que foi “convidada a se retirar” da disputa, mas que está disposta e com animação para encarar o desafio.

– Eu tenho defendido uma coisa: um político, vai para qualquer lugar, mas acho que um líder, vai onde precisa ir. E nesse momento sinto, andando por Campo Grande, ouvindo os setores, inclusive, dessa vez, acho que nunca tive tão próximo do setor produtivo e para mim é uma honra e uma alegria muito grande ter a credibilidade desse setor importante para a nossa cidade, de que eu, realmente, devo continuar firme, apesar das dificuldades do dia a dia, do sistema que é muito forte, não perdendo de vista o propósito ao qual estamos aqui. Tenho certeza que não é diferente com vocês, muitos não desistiram ao longo da vida porque compreenderam que era esse o propósito, apesar da dificuldade de não desistir e continuar. Acredito que as histórias se repetem, a minha na política, a de vocês no outro setor. Eu compreendo que Campo Grande está precisando de uma liderança – diz.

Modesto considera que falta um gestor capaz de promover a união e o diálogo entre os setores, a começar pela própria prefeitura.

– Estamos precisando de uma liderança que tenha capacidade de unir essa cidade, de sentar na mesa e dialogar. A prefeitura não conversa entre si. A gente precisa conversar, primeiro dentro e depois conversar com toda a estrutura que existe aqui fora, o que, de fato, faz essa cidade existir. Poderia falar o que todos dizem: o empresário que gera 70% dos empregos, são eles que mantêm boa parte do que a gente hoje tem condições de investir na cidade, todo mundo já sabe disso – afirma.

E frisa a presença da Associação Comercial como um elemento importante dentro da gestão, caso eleita.

– O que eu quero aqui reafirmar com vocês: Primeiro, é a participação efetiva dessa casa dentro do meu governo, se for eu a prefeita. Efetiva. E aqui nós estamos falando de possibilidade de composição de chapa e, independente disso, discutir com vocês o nome que vai cuidar do setor que mais interessa pra essa representatividade que tem Associação Comercial, que é o setor de comércio da indústria, o setor produtivo por inteiro. Por que não Associação Comercial? Então, esse é o primeiro compromisso de poder a gente tocar isso junto, Renato (presidente), de tirar daqui um nome. Eu preciso da ajuda de vocês para a gente compor, desde o plano de governo e, ganhando eleição compor essa equipe que vai cuidar dessa área – afirma.

Rose falou sobre um dos grandes problemas hoje da Capital: o Centro da cidade. A região que tem dificultado a vida dos comerciantes vem padecendo com a falta de segurança, a grande quantidade de moradores de rua e o povoamento limitado.

– O Centro de Campo Grande é um grande desafio hoje para a gente cuidar, tanto do empresário que está aqui, quanto na carência de segurança e o número triplicado de moradores de rua. Sabemos que é necessária uma estrutura de governo para olhar para essas pessoas, nas casas de acolhimento, identificar quem é da cidade, quem não é, até para mandar de volta para a sua cidade de origem, entendeu? Está faltando também esse papel que é muito importante para retomarmos. Discutir qual é a saída. Um grande problema hoje aqui que é o estacionamento. Como é que eu vou decidir isso sem ouvir vocês? E é um desafio grande, mas nós vamos precisar encontrar. O centro precisa ser reabitado. Não tem gente mais morando por aqui, não tem fluxo – considera.

Verticalizar é necessário.

– Nós vamos fazer esse debate, sim. Essa cidade vai precisar crescer verticalmente, sim, em algumas áreas, e uma das áreas é o centro de Campo Grande. Eu tô falando aqui de desafios. Problemas que a gente enfrenta e que vocês enfrentam como empresários, aqui, representando os mais de 9.200 associados que têm em Campo Grande, cada um com seus desafios, quem está lá no bairro, quem está aqui no centro tem seus desafios. Temos vontade de ver chegar mais gente? Sim! Precisamos realmente desse apoio pra podermos avançar nesse sentido, pois o objetivo é um só. Por que eu estou falando do empresário? Não é só porque eu estou aqui dentro da casa de vocês. Se a gente não se fortalecer, se vocês não se mantiverem aqui, fortes, animados, sem querer fechar a porta, talvez ir para outro lugar, se vocês não se fortalecer aqui, a gente não consegue cuidar dos problemas de Campo Grande – acredita.

Diálogo e ação

A pré-candidata à prefeitura da Capital, reiterou sua capacidade ao dialogar, independente de espectros políticos, para trazer recursos para o município.

– Eu não sou do PT. Eu não vou ser candidata do PT. Porém, tenho a capacidade de dialogar. Sei onde ir, tem seis ministros que foram deputados federais comigo. Campo Grande precisa de ajuda, de parcerias com o governo federal, estadual. Não tenham dúvida nenhuma, que o governador Eduardo Riedel, independente de ser uma prefeita que não é do partido dele, ele vai ajudar a cidade. Eu vou bater na porta do governador e dizer que nós somos aqui, quase 700 mil eleitores, que deram a ele essa oportunidade. Inclusive, está indo bem. Não tenho nenhum problema de reconhecer isso, mas a Capital precisa de chegar mais presente ainda do governo do estado ou precisa do governo federal – considera.

Rose lamentou como Campo Grande perdeu investimentos empresariais ao longo dos anos para outros municípios, destacando como a burocracia e a falta de ação dos gestores, tem atravancado cidade neste aspecto.

– Eu fui lá no Núcleo Industrial Oeste. O último investimento que chegou lá foi em 2017. Fomos só perdendo. Perdemos a esmagadora de soja pra Maracaju, para Água Clara a MDF. A Suzano, se ficasse 20 quilômetros pro lado de cá, já cairia aqui essa receita. A Empasa, que foi agora para a Sidrolândia, mas o problema tá aqui. Tem 900 mil pessoas, aproximadamente 1 milhão de 600 mil cartões do SUS. Nós estamos perdendo as grandes oportunidades e ficando só com o problema. Nossa cidade tem um orçamento de R$ 6,5 bilhões, com a capacidade apenas de menos de 5% de investimento esse ano, não consegue resolver. E imagina se vocês desistirem e forem embora daqui? Tenham em mim, o compromisso. Sei de quanto vou precisar e trabalhar naquela SEMADUR, para eles compreenderem que o papel do poder público é facilitar, não é para falhar, sempre com responsabilidade, obviamente – disse.

E sem privilégios.

– Ninguém está aqui para usar a lei a favor de A ou de B. Precisamos entender que o empresário não aguenta mais ser perseguido, ser recebido com o tom de ameaça, e não com o tom de poder colaborar com aquilo que nós não precisamos. Vai abrir aí um condomínio para vocês verem, são cinco anos pra você conseguir tirar as licenças que precisa e eu, como prefeita, estarei desesperada, porque o IPTU devia estar caindo nesse condomínio. É preciso alguém com esse olhar, com a capacidade de dialogar. Quero refirmar esse compromisso com vocês, sei das pautas, dos anseios, porque já tivemos a oportunidade de compartilhar, mas dizer que eu estou aqui porque eu acredito. Campo Grande tem um potencial enorme e eu estou vendo a nossa capital muito distante ainda disso, precisamos saber onde estaremos inseridos verdadeiramente nesse processo. Não dá pra perder essa oportunidade – ressalta.

Ao finalizar, Rose falou de sua passagem pela SUDECO (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste), como foi o convite para assumir como superintendente e sobre algo que a deixou triste e surpresa ao mesmo tempo lá.

– Fiquei um ano na SUDECO. O [governador de Goiás] Ronaldo Caiado me pediu pra assumir lá. Ele é do meu partido e fui a convite dele, que me disse: “Rose assume. Tem que ser alguém nosso. Temos que participar, principalmente, por ser uma área importante. A SUDECO vai botar 12 bilhões no centro-oeste”. No ano passado, só o Mato Grosso do Sul ficou com R$ 2,4 bilhões, atendendo quase 6 mil empresas. E Caiado disse: “Vai, porque é importante”. Eu sento naquela cadeira e todos os empresários que passavam lá pra discutir sobre o FDCO, não apenas o FCO, eles vinham já falando de Goiás, Mato Grosso, Distrito Federal, que começou a crescer também, e eu falei: “Você já ouviu falar em Campo Grande? Estão sabendo o que vai acontecer lá?” – descreveu.

Nisso, uma constatação a deixou triste e surpresa ao mesmo tempo.

– É triste ouvir isso, mas disseram: “Rose, não tem ninguém pra dialogar”. Ouvi isso de várias pessoas. É essa história que a gente precisa mudar. Poder ver nossa cidade se desenvolver, crescer, e dar oportunidade pra todo mundo e, em especial, pra quem mais precisa. Aqui, sem exceção, eu tenho certeza que Deus deu pra nós, mais do que a gente imaginava, mas tem muita gente precisando de nós. E é por isso que estou com coragem. Não é um enfrentamento. Não é isso. Eu não sou uma menina indisciplinada, é porque eu acredito, tenho os meus sonhos, muita vontade, me sinto pronta, preparada, me preparei anos para esse momento e, se for da vontade de Deus, nós vamos chegar lá. Então, quero me colocar à disposição de vocês. Tenho certeza que vamos conversar muito e fazer grandes parcerias nesses próximos quatro anos, se for assim o desejo da população de campo grande – finalizou.




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