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Política • 11 mar, 2024

Editorial: Eleições pelo mundo ampliam incertezas


 (  ESTADO DE MINAS) – Não há espaço para aventuras neste momento. Quanto mais calmaria interna a economia tiver, menor será o contágio perante possíveis crises externas

As boas relações históricas entre Brasil e Portugal passarão pelo teste das urnas neste domingo. O país europeu terá eleições para definir a nova composição da Assembleia da República, e tudo indica que haverá uma forte guinada à direita, depois de oito anos de um governo socialista. Não por acaso há uma grande atenção por parte do Palácio do Planalto quanto ao resultado do pleito, que deve definir maior ou menor proximidade entre os dois países. Caso a opção dos votantes seja por uma direita moderada, representada pela Aliança Democrática (AD), pouco mudará, ante o diálogo aberto entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o possível primeiro-ministro Luís Montenegro.

Nos Estados Unidos, também são reais as chances de a direita radical voltar ao poder com Donald Trump, praticamente confirmado como representante do Partido Republicano na disputa eleitoral marcada para novembro. Ele aparece com quatro pontos percentuais à frente do democrata Joe Biden, que buscará a reeleição. Essa onda da direita tende a provocar sérias turbulências nas relações entre a maior economia do planeta e a China, com repercussão geral no Sul global. O mundo já não vive seu melhor momento, com duas guerras a perturbar o sono de governantes. Rússia e Ucrânia estão em conflito há dois anos e Israel e o grupo terrorista Hamas se enfrentam numa batalha que já custou mais de 30 mil vidas em cinco meses.

Resta ao governo brasileiro, em meio a esse quadro de grande incerteza, controlar os ânimos, com medidas que garantam a previsibilidade e deem a máxima confiança possível para que os investimentos produtivos deslanchem e a população em geral se sinta confortável para satisfazer suas necessidades de consumo. Não há espaço para aventuras neste momento. Quanto mais calmaria interna a economia tiver, menor será o contágio perante possíveis crises externas. O Brasil surpreendeu o mundo no ano passado com um crescimento de 2,9%, quando as projeções iniciais apontavam para um avanço de 0,8%. Há chance de uma nova surpresa positiva. Porém, é preciso muita cautela a sangue-frio.




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