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Política • 17 maio, 2023

João Henrique sugere repetir a estratégia adotada por Bolsonaro na composição de alianças visando 2024


PARA O DEPUTDO, É PRECISO A CONSTRUÇÃO DE ALIANÇA AMPLA DE PARTIDOS ALIADOS COM AS BANDEIRAS DA DIREITA 

 

Nos últimos dias diversos comentários sobre as eleições para 2024
surgiram e, apesar de alguns acreditarem que é cedo para o início de
negociações, as especulações nos bastidores não deixam o tema esfriar. É o
caso do PSDB, cujas negociações com o MDB e PT têm por objetivo
retirar todos os adversários do caminho para vencer sem concorrência e
disputa.

O acordão coloca estes partidos no mesmo cesto e balaio. Aquelas frases
“voltar à cena do crime” (Geraldo Alckmin/PSDB/dez2017), “o PT é uma
cleptocracia” (Gilmar Mendes/STF/set015) e “tem que manter tudo isso
como está” (Michel Temer/ex-presidente/2017) infelizmente não perderam
o sentido, é o poder pelo poder.

No caminho oposto, o deputado João Henrique (PL) defende a aliança entre
partidos da direita para fazer o maior número de vereadores e demais
candidaturas no interior para fortalecer o grupo em Mato Grosso do Sul. “O
PSDB está aceitando quebrar discursos e gerar um leviatã gigante dentro da
base de apoio. Mas nós mostraremos um projeto diferente, contra esse tipo
de venda, de ideologia. Temos que espelhar a estratégia utilizada pelo
presidente Bolsonaro, que preferiu dividir as lideranças numa maior
difusão de partidos – PL, PP, Republicanos, que impulsionaram
candidaturas, elegendo número importante de deputados federais e
senadores – no PL foram 99 deputados federais, no Republicanos 41, no PP,
47 – no total, eleição de 187 parlamentares. Isso, repetido em nosso cenário
municipal, com quatro ou cinco partidos unidos, elegeria um número maior
de cadeiras de vereador, – do mesmo modo com outras candidaturas no
interior – fortalecendo uma candidatura única de direita. Por isso,
centralizar tudo no PL foi uma estratégia rechaçada pelo próprio Bolsonaro
em 2022”.
Nesta entrevista, o deputado João Henrique cita nomes como do Capitão
Contar, Marcos Pollon, Rafael Tavares e Coronel Davi – que vão ao
encontro deste alinhamento de lideranças e maior difusão de partidos, como

PP, Patriotas, Republicanos, PRTB, entre outros. E indaga: “Vamos retirar a
Tereza Cristina do PP e coloca-la no PL? Não! Ela é bolsonarista, tem a
liderança e perderíamos o apoio do PP; ou retirar o Capitão Contar, do
PRTB, perderíamos o apoio deste partido. Temos que pensar no
fortalecimento dos partidos, na construção de uma ampla aliança entre
eles”.

Segundo o deputado, outras lideranças que desejarem ocupar espaços têm
que trazer para uma ampla aliança uma candidatura da direita com seus
respectivos espaços. Ou seja, todo mundo unido e falando a mesma língua.

P – O senhor citou que a ideia para as eleições 2024 é seguir a estratégia
do presidente Bolsonaro. A qual o senhor se refere?
Deputado JH – Ao contrário do partido do Governo, que está cooptando
todo mundo para minar candidaturas, para que elas não promovam embates
com o candidato que ele [Governo] escolher, nós, da direita, acreditamos
que o grande segredo que precisamos construir para 2024 é repetir, espelhar
estratégias do presidente Bolsonaro aqui em Mato Grosso do Sul. Ou seja,
nós não podemos deixar todo mundo no PL.

O tamanho do presidente Bolsonaro era tão grande, de apoiadores, de
pessoas, que ele decidiu pegar três partidos que falassem a mesma língua
dele e dividir este apoio. E o sucesso foi grande, porque só no PL foram 99
deputados federais, no Republicanos 41, no PP, 47 – número significativo
de parlamentares. Aqui, nós precisamos ocupar espaços em vários partidos.
Se o presidente Bolsonaro, que é com quem eu tenho intimidade, o Capitão
Contar tem intimidade, Marcos Pollon tem intimidade, não designou a
gente para entrar tudo num time só, jogar só no PL, por que a gente
inverteria esta lógica? Nós estaríamos enfraquecendo, perdendo um aliado.
O partido que hoje o Capitão Contar chefia, o PRTB, seria um aliado nosso.
Então nós vamos perder um? Não, nós temos que conquistar outros!
E o que atrai os partidos é exatamente a gente dividir as grandes lideranças
em partidos para que a possamos aumentar a quantidade de apoio e a base
parlamentar nas Câmaras Municipais. Então, é isso que vai dar esta
musculatura às nossas alianças.

P – Deputado, ainda sobre este processo de alianças, o senhor concorda
com o ditado citado por uma jornalista de que “boi que chega cedo bebe
água limpa”?
Deputado JH – Neste contexto este ditado diz muito. O boi que chega cedo
sempre bebe água mais limpa numa fazenda, dentro do curral. Nós estamos
falando de política, então, para distribuir os espaços para quem tem, quem
chegar mais cedo no curral de quem domina maior quantidade de poder
terá talvez a melhor parcela, beberá a maior quantidade de água. Mas será
que é a água mais pura? Será que a água que a gente gostaria de ver limpar
e lavar – incluindo a corrupção histórica, sistêmica e endêmica de nosso
Estado – a mudança de gestão, é a limpeza que a gente gostaria de ver?
Não, será uma água suja que eles vão beber.

P – Então, pode-se dizer que a direita deseja se manter firme no propósito
da renovação, tão pedida pela população?
Deputado JH – Exatamente! Acredito que a população quer ver isso, quer
ver os partidos indo não porque estão sendo abrigados, acobertados,
alinhavados acordos bons para os dirigentes apenas. As pessoas, a base,
quem vota, quem elege quer ver partidos se colocando na posição de
coragem, de construir um projeto realmente diferente, em contraposição a
esta hipertrofia construída pelo PSDB no MS hoje.

Quando pensamos em PSDB, MDB e PT num mesmo pacote, nos
perguntamos como poderão conviver as lideranças destes partidos, todo
mundo junto? Nisso perde-se o objetivo de gestão. Parece-me que o que
está acontecendo é uma dominação, não é uma aliança, não é um acordo.
Não comporta!! Você tem esquerda radical, direita, centro, rivais históricos,
todo mundo ali, junto. Por que? Porque venceu uma eleição para Governo?
Parabéns, mas nós temos que construir projetos que nos libertem
ideologicamente e administrativamente.
As gestões merecem ver projetos novos irreverentes, corajosos, que trazem
grandes ideias. Grandes acordos só servem para manter tudo como está e é
o que a população não deseja ver e ela tem mostrado isso nas urnas.
Temos que pensar no fortalecimento dos partidos. Na construção de uma
ampla aliança de partidos. Somar com aliados que comunguem dos
mesmos valores e bandeiras. Um projeto suprapartidário para direita vencer
a eleição e não permitir, PSDB, MDB e PT no projeto do governo

P – Quais nomes têm mais chance de representar a direita em 2024?
Deputado JH – Este nome tem que sair do povo, é ele quem tem que nos
dizer qual o nome mais viável. É o povo, a chancela do Bolsonaro e cabe a
nós, se não for o meu nome, se não for o nome do Pollon, não for o nome
do Capitão Contar, do Tavares, do Davi, ter a humildade para juntar todo
mundo e disputar com o candidato mais viável. Esta vaidade na política é
que atrapalha, e por isso nós temos que ter o candidato mais viável. Quem é
o mais preparado, quem é o mais conectado com a população, quem está
mais representando a viabilidade política e o alinhamento nacional com o
presidente Bolsonaro? Isso tem que ser colocado internamente e a gente
avaliar a qualitativa, quantitativa, pesquisas de opinião, decidir junto, mas
independente de partido.
Eu quero dizer que se o candidato mais viável de direita, se tiver
alinhamento com o presidente Bolsonaro, alinhamento com o povo e com a
viabilidade de sua candidatura, se não estiver no PL, qual o problema?? Se
a gente construir alinhamento não vejo problemas! O que eu vejo é que
preciso saber dos nomes, dos compromissos, dos projetos e para isso ainda
é cedo. Não está na hora, ainda!




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