Campo Grande, 18/04/2024 09:09

Blog do Manoel Afonso

Opinião e atitude no Mato Grosso do Sul

Artigos

Artigos, Política • 06 jul, 2022

Lula no primeiro turno?


(por Mariliz Pereira Jorge ) – 

Temos 12 pré-candidatos e o eleitor têm direito de votar até no Eymael

Se a sua resposta for qualquer coisa diferente de “claro”, quando perguntado sobre o seu voto no primeiro turno, pode preparar o crachá de fascista. Não vale indecisão, não vale outro candidato, não vale dizer que o voto é secreto, não vale desconversar. Na semana passada, foi a cantora Anitta. Hoje, pode ser você. Parte da esquerda já decidiu que “ou você é Lula ou é Bolsonaro”.

Ao que tudo indica, a disputa será essa. Acho que concordamos em que qualquer coisa é melhor do que Bolsonaro. Se na urna eletrônica as opções fossem “Bolsonaro” e “Qualquer Coisa”, eu votaria em “Qualquer Coisa” sem pensar. Mas uma das lições que aprendi com minha mãe é que não sou todo mundo. Por mais que eu queira me livrar do mandrião desde 2018, temos uma eleição com 12 pré-candidatos e o eleitor têm direito de votar até no Eymael.

Ciro Gomes, o terceiro colocado, tem chance? Tudo indica que não. Alguém acredita na candidatura de Simone Tebet? Bem, as pessoas têm direito a sonhar. Se a Constituição diz que o Eymal pode ser candidato, a mesma Constituição garante que podemos votar no Eymael. Como eu disse, qualquer coisa é melhor do que Jair. Mas o lulista/petista diz que não pode.

Ao ser questionada, Anitta declarou que está “estudando os candidatos” e que sua vontade real “é que o Brasil encontre um meio-termo”. Mas se às vésperas do primeiro turno o cenário for o que temos agora, vota em Lula contra o “Voldemort”. Até tentaram, mas Anitta é incancelável.

Há mais gente como ela, mas com medo de dizer, por exemplo, que só votaria no petista no segundo turno —e a contragosto. Ao cidadão comum resta o crachá de fascista, porque ninguém pode discordar da militância. Não precisa de marqueteiro para saber a repulsa que essa inquisição causa aos não convertidos, mas a fiscalização só vai piorar. Para liquidar o assunto no primeiro turno, é melhor mudar a tática.

*Publicado na Folha de S.Paulo




Deixe seu comentário