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Política • 18 set, 2019

Um país mutilado ( artigo )


Uma próspera indústria de multas não deixou sequer recursos para campanhas amplas e persistentes de educação no trânsito; em regime pré falimentar, estados e municípios já não fazem, há bastante tempo, a manutenção de ruas, avenidas e estradas, transformadas em 15 anos de desleixo nas mais perigosas do mundo; enquanto a tecnologia produzia carros e motos a cada dia mais velozes, as cidades brasileiras reduziam a fiscalização.

Nesta semana, a Seguradora Líder, do DPVAT, divulgou o resultado de uma década de negligência dos governos petistas: só os acidentes de moto, que em 10 anos mataram mais de 200 mil, deixaram nada menos de 2,5 milhões de pessoas com invalidez permanente.

É preciso fechar o país pra balanço, pois não haverá reforma capaz de levar a economia a suportar um ônus desse tamanho.

O desastre Dilma

O número de mortes no trânsito brasileiro permaneceu estacionado em 35 mil por ano na primeira década do novo milênio. Já era excessivamente alto na medida em que se observava que, em alguns países europeus, como Portugal, tentava-se reduzir ainda mais o índice que se mantinha em 5 mil mortes por ano.

Além de promover a devastação da economia, o governo Dilma Rousseff produziu igual transtorno no trânsito: em 2014, o número de mortes se igualou ao de países mais violentos – morreram nada menos 43.780 pessoas no Brasil, quase uma liderança mundial, ficando atrás apenas da China, Índia e Nigéria.

Ainda é cedo para descobrirmos quantas pessoas já morreram em 2019. O certo é que não teremos nada a comemorar mas apenas a lamentar que tantos recursos tenham de ser canalizados para socorrer a leva infindável de vítimas.

Para se ter uma ideia do quanto o problema é grave basta dizer que mais de 60% dos leitos hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) são ocupados por vítimas envolvidas em colisões ou atropelamentos.

Segundo o Observatório Nacional de Segurança Viária, os acidentes nas ruas e estradas resultam em custos anuais de R$ 52 bilhões, 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB).

Por Dirceu Pio




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