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Artigos • 30 jan, 2025

A credibilidade das histórias contadas pela internet


Cláudio Henrique de Castro ) –

Com o aumento das consultas na internet e nas redes sociais
comerciais, o conhecimento está encolhendo.
Com poucas palavras, talvez em duas linhas, os resumos de assuntos
acabaram com a profundidade dos temas históricos.
É o domínio coletivo da superficialidade.
Para alguns pensadores: é o triunfo da tolice.
Tudo está nas mãos das big-techs norte americanas que além de
mapearem gostos, tendências e perfis econômicos dos seus usuários; criam,
recriam e certificam um passado que jamais existiu.
Essas redes entram nas mentes dos usuários com as versões que lhes
interessam. Quem afinal certifica a sua veracidade?
O mais recente exemplo é a determinação do presidente dos EUA de
mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América, colocado
impunemente pelo google maps. Alteração contestada prontamente, pela
presidente do México.
E quanto a história?
A versão americanófila dos EUA está em plena construção.
Perde-se a pluralidade, o colorido do debate e a profundidade de
qualquer tema que se pretenda investigar.
Há um verdadeiro apagamento de personagens históricos, de fatos e de
questões importantes.
O famoso brasileiro Santos Dumond, Pai da Aviação, sequer aparece no
ChatGPT quando se pergunta quem inventou o avião (Estadão, Luciana
Garbin).
Há outro apagamento, no âmbito comercial, as empresas pagam para
aparecerem por primeiro nas buscas e faturar alto com isto. Apaga-se a
concorrência.
Também o inverso é verdadeiro, se alguém quer desaparecer da
internet, paga para ser excluído das buscas.
Há vários buscadores que são desconhecidos do grande público, que
não deixam os rastros das buscas dos seus usuários e não vendem isso para
as grandes empresas. Funciona assim: o usuário procurou algo para comprar,
de repente surge a propaganda daquele produto que buscou. Coincidência?
Não.
É que o sistema de buscas passa os dados dos usuários e das suas
necessidades para as empresas.
É o poder de apagar, contar e recriar histórias.
O presente é duvidoso, pela enxurrada de mentiras em massa; o
passado é outro mistério.
Montar a agenda do que será pesquisado, lido e tido como verdade é a
nova manipulação de ideias e fatos que pulsa nas redes e na internet.
Se o conhecimento é poder, como afirmou Francis Bacon, o
desconhecimento virou uma poderosa ferramenta.




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