Campo Grande, 10/09/2024 14:30

Blog do Manoel Afonso

Opinião e atitude no Mato Grosso do Sul

Artigos

Artigos • 03 set, 2024

A crise das ideologias em tempos de emergências


(Por Alexsandro Nogueira*) –

 

Criticar à esquerda brasileira se torna cada vez mais pertinente ao observar as dinâmicas políticas globais e as respostas locais.
Enquanto em muitas partes do mundo as correntes progressistas têm buscado se modernizar, adaptando suas pautas às realidades contemporâneas como a França, no Brasil assistimos a um fenômeno de resistência e até mesmo de retrocesso.
É alarmante notar que, em vez de se engajar de maneira construtiva com as questões que realmente afetam a vida dos cidadãos, uma parte significativa da esquerda (ou pseudo-esquerda) se preocupam mais em hostilizar o Ocidente e em exaltar regimes autoritários, como o de Nicolás Maduro, na Venezuela.
Essa relação de proximidade com as ditaduras não só desvia o foco das pautas sociais e econômicas urgentes, como também se distancia da realidade vivida por milhões de brasileiros que lutam diariamente contra a pobreza e a desigualdade.
Além disso, essas vertentes da esquerda meio abilolada parece estar mais preocupada em discutir questões de identidade e pronomes do que em elaborar soluções concretas para os problemas que assolam o País.
Enquanto debates sobre inclusão são importantes, não podemos esquecer que há uma multidão de cidadãos que precisa de políticas públicas eficazes, de emprego, de saúde e de educação. A sensação que fica é a de que a agenda se perdeu em questões periféricas, ao invés de se centrar no que realmente importa para a população.
A esquerda brasileira, ao invés de aproveitar a oportunidade de se modernizar e se conectar com as demandas reais da sociedade, tem se enredado em um discurso alienante do mundo real.
E quanto à direita? Ela também apresenta suas próprias patologias e a curiosa necessidade de criar heróis caricatos e salvacionistas, como o fenômeno Pablo Marçal, candidato a prefeito de São Paulo.
Não é necessário ser um profundo analista para perceber que, neste momento, tanto a esquerda quanto a direita brasileira estão doentes, e o corpo Brasil agoniza. Até os mais rasos reconhecem que o País precisa de gestores menos ideológicos e mais comprometidos com a democracia e com a responsabilidade fiscal e econômica.
Enquanto a esquerda e os progressistas erram, a extrema-direita vai ampliando pouco a pouco seu espaço político no mundo. O perigo está batendo à nossa porta.
Será preciso uma profunda autocrítica e um debate sobre essa inversão de valores. Somente assim será possível avançar em prol do bem-estar coletivo.  *Jornalista ( Fonte Facebook – Dante Filho)



Deixe seu comentário