Não foi difícil observar as movimentações das lideranças políticas nacionais por todo o
país, uma franca sinalização de que suas intenções eram manter o foco nas eleições
majoritárias que ocorreriam daqui a dois anos. Nada melhor do que aproveitar as elei-
ções municipais. Com isso, O Brasil caminha aos solavancos produzidos pelos congres-
sistas e governadores diretamente interessados e envolvidos nos cargos que ocupam
ou deverão ocupar num próximo mandato.

Tal situação acaba engessando as administrações municipais e estaduais que
dependem das aprovações de recursos orçamentários, quer por parte do Poder
Executivo Federal, como pelo Poder Legislativo Federal, presentemente em constantes
rusgas motivadas por interesses pessoais e regionais do país, onde os titulares quase
sempre, demonstram com muita clareza que suas preocupações não estão voltadas às
necessidades da população,, notadamente as mais carentes, mas sim, nas suas sobre-
vivências no poder, bem como de seu grupo de apoio.

O País fica literalmente paralisado, e com isso, grandes projetos em andamento, so-
frem solução de continuidade, bem como outros de interesse público, que nem são
apreciados. O setor econômico é o mais sensível e as atividades produtivas se vêem
forçadas a reduzir o volume rotineiro para atender as demandas, e com isso, sofrem
cortes o setor funcional. O mais preocupante é a queda na geração das receitas, onde
o mercado sensível como é, sofre as conseqüências de fuga de capitais.

A mudança na Legislação eleitoral poderá contribuir para uma pacificação entre os Po-
deres, pois, as eleições sendo unificadas, abriria um espaço maior para as tratativas
políticas e administrativas, podendo o TSE introduzir normas que possam aperfeiçoar
os controles sobre candidatos e candidaturas. Poderia também propor o número de
reeleições, possibilitando a saudável alternância nos poderes, com o fim das chama-
das “Capitanias Hereditárias”.

Outra medida capaz de moralizar a administração pública, seria a redução das
reeleições para todos os cargos eletivos, pois, políticos existem que fazem carreiras
nos cargos para os quais foram sucessivamente reeleitos, até se aposentarem com
todos os direitos, pelas leis propostas e aprovadas pelos mesmos. Um contrasenso
com a lei a que estão submetidos os demais brasileiros. Mas, o destaque fica por conta
das eleições de quatro em quatro anos, que reduzirá drásticamente o dispêndio de re-
cursos público para o custeio das eleições.

Sabemos quão difícil será a implantação de medidas moralizadoras no país, mas, a De-
mocracia requer sacrifícios, e este será o momento para que os verdadeiros estadistas
se apresentem à prestar um relevante serviço à nação, para o futuro de seus filhos que
merecem viver num país justo e soberano, deixando para trás uma triste história de

corrupção e desperdício d recursos públicos tão necessário à melhoria de qualidade de
vida daqueles que mais necessitam.

BENEDITO RODRIGUES DA COSTA
Economista