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Artigos • 01 abr, 2025

Direitos no fundo do poço


Cláudio Henrique de Castro –
A relativização de tudo também está afetando o direito.
Tudo pode ser, tudo é permitido e o impossível e impensável acontece.
As palavras não têm mais valor, os fatos não são verdadeiros e as
verdades são relativizadas.

A era do absurdo bate às portas do Direito.
É verdade que um magistrado fez uma audiência jogando golfe?
Uma concreta tentativa de Golpe de Estado foi relativizada chamada de
simples manifestação, com velhnhas, de bíblias, num grande piquenique?
A ditadura militar que assolou o país por 21 anos é conceituada como
Revolução pacífica e ordeira?

Uma pasta de dentes que causa irritação na boca das pessoas é
suspensa de circulação pela Anvisa, mas em seguida é permitida sua venda
novamente?

Um hamburguer de Picanha que não tem picanha, mas em letras
pequeninas consta “sabor de picanha”?
O leite condensado que não é composto de leite, mas de um suco
lácteo, sabe-se lá o que é isso?

O trabalhador agora virou pessoa jurídica, recolhe impostos, manda no
seu nariz, mas deve obediência ao seu patrão, deve cumprir horários e tudo
mais?

O Sindicato das Instituições de Ensino Superior agora quer retirar os
direitos da convenção coletiva consolidados há mais de 30 anos, e pensa que
está correto, todo ano aumentando as mensalidades em índice muito maior aos
minguados reajustes dos docentes?

As emendas parlamentares secretas passam de 200 bilhões, sem
nenhuma prestação de contas ou transparência da destinação dos seus
destinatários?

Comemora-se a Constituição de 1988, mas será que quando a extrema
direito tomar a maioria do Senado Federal fará picadinho dos direitos
fundamentais?

Que mundo é este, onde os direitos não valem mais nada e estão
mergulhando no fundo do poço?




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