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Artigos • 27 jan, 2025

Existem poluentes eternos?


(Cláudio Henrique de Castro) –

Os FPAS são da família de produtos químicos sintéticos, difundidas em inúmeras
utilizações industriais.
Possuem uma grande resistência ao meio ambiente e por isso são considerados
poluentes eternos.
Antiaderentes, repelentes à água e resistentes a manchas, resistentes a temperaturas
muito altas e a condições físicas extremas, suas propriedades valiosas os tornaram ingredientes
preferidos em milhares de aplicações, desde o final da década de 1940.
Eles possuem uma extrema persistência no meio ambiente, que é o seu principal ponto
comum, faz do PFAS uma ameaça eterna.
Conferida pela cadeia carbono-flúor de sua estrutura química, ligação mais forte
existente na química orgânica, essa estabilidade persiste além das funções desejadas em objetos
e processos industriais.
Nenhuma tempestade, nenhuma bactéria na natureza conseguem degradar esses
poluentes eternos. Uma vez emitidos, permanecem lá por centenas e provavelmente milhares de
anos (Le Monde, 14/01/25).
Em 2023, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer classificou
respectivamente o PFOA e o PFOS, dois PFAS históricos com sólidas conclusões que destacam
uma associação significativa com baixo peso ao nascer, obesidade e dislipidemia, anormalidades
ligadas à taxa de colesterol em crianças, puberdade precoce, hipotireoidismo em mulheres,
câncer renal e testicular.
Como a química do flúor requer conhecimentos complexos e infraestruturas específicas,
poucas empresas a dominam. Destacam-se os mais importantes: AGC, Arkema, Daikin, Gore
ou Syensqo (Solvay). As mais famosas, DuPont (atualmente Chemours) e a 3M, também são as
que criaram essas substâncias.
As suas práticas têm sido objeto de numerosas investigações jornalísticas e acadêmicas
que revelaram o conhecimento interno da toxicidade do PFAS desde 1961 e a sua persistência
no sangue desde 1975.
O advogado Rob Bilott, descobriu o escândalo da poluição eterna na água potável em
torno da fábrica da DuPont em Parkersburg, Virgínia Ocidental, nos Estados Unidos no final da
década de 1990 e, desde então, levou a vários processos judiciais e custou à empresa bilhões de
dólares em compensações financeiras.
Alguns estados membros da União Europeia, Alemanha, Dinamarca, Países Baixos,
Suécia e a Noruega desenvolveram um projeto para proibir toda a família PFAS. Apresentado
em fevereiro de 2023 pela Agência Europeia dos Produtos Químicos, a restrição universal visa
proibir a fabricação, colocação no mercado e utilização de todos os PFAS na União Europeia.
Se for bem-sucedido, não entrará em vigor antes de 2026.
E no Brasil?

Fonte:https://www.lemonde.fr/les-decodeurs/article/2025/01/14/les-pfas-une-famille-de-10-000-
polluants-eternels-qui-contaminent-toute-l-humanite_6496699_4355770.html




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