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Artigos • 08 jun, 2023

Na ilha da pior fantasia


(por José Maria Correia) – 

Dr. Ulysses Guimarães era um profeta. Tudo que o sábio velho previa se confirmou – e entre muitas previsões disse em 1988 sobre o Congresso e as bancadas: “ Se acham que a composição do atual Congresso é ruim, esperem o próximo, será pior e pior …”

Lula também falava sobre os trezentos picaretas, que virou até letra de música composta por Herbert Viana, sucesso dos Paralamas do Sucesso: “ Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou”

Agora, confirmados os vaticínios , estamos vivendo o auge da sordidez parlamentar que supera episódios como “ os anões do orçamento “ e situações folclóricas de incontáveis cuecas repletas de propinas. Com as exceções respeitáveis de uma centena de parlamentares ou de um quarto do total, que são os que resistem à rapinagem e que só confirmam a trágica regra.

É o momento que vivemos , o de arremedo de democracia.

E é trágico mesmo, se compararmos com um congresso que nos legou a carta cidadã, a Constituição de 1988.

Que teve Mario Covas, Tancredo Neves, Teotônio Vilela , Itamar Franco, Alencar Furtado, Mauricio Fruet e José Richa entre outros tantos notáveis . E mulheres como Benedita, Marina e Erundina.

Citando somente as antigas gerações que serviram de exemplo e referências para os mais jovens que seguem na luta.

Mas também sabemos que o único remédio para a má democracia é a melhor democracia .

Eleições limpas, sem corrupção, compras de votos , uso de religiões, fakes news e escolhas caricatas.

Escolhas corretas , informações e muita fiscalização dos órgãos responsáveis , da justiça eleitoral, da sociedade organizada e da imprensa.

Para não nos deixarmos seduzir pelo discurso sedutor do falso moralismo e do autoritarismo com o fechamento do congresso e das instituições com um cabo e um soldado.

E o fenômeno negativo como subproduto da democracia não ocorre somente no Brasil.

Ocorre também nos parlamentos do velho mundo, na Europa com escândalos seguidos e tantas bizarrices .

E ainda nos Estados Unidos onde o comando é das corporações econômicas , do Tea Party e da indústria da guerra .

O ministro Ruy Costa teve coragem de dizer o que todos pensam sobre Brasília como sede dos três poderes. De fato “ é uma ilha da fantasia” no pior sentido.

Somente errou ao não distinguir a cidade e o povo trabalhador dos maus congressistas e políticos venais.

Entendedores entenderão e entenderam.

Juscelino foi um grande estadista ao ter a coragem de criar Brasília.

Um fenômeno mundial que reuniu gênios, engenheiros , professores arquitetos , urbanistas e paisagistas admirados no mundo todo.

Lúcio Costa, Niemeyer, Burle Marx .

Brasília é um esplendor e quase um delírio dos trópicos , como um sonho no cerrado , o da inexplicável profecia documentada do Santo Dom Bosco em 1883 com a localização exata da cidade que surgiria quase um século depois .

Hoje Brasília deslumbra com suas universidades, teatros , igrejas, centros culturais ,hospitais de ponta , enormes parques e áreas de lazer.

Então faço um modesto contraponto ao corajoso ministro. O problema não é somente Brasília estar lá , o problema é QUEM está lá.

Mas o ministro tem plena razão ao afirmar que o distanciamento geográfico é um problema, pois isola e blinda os congressistas da proximidade da população, das manifestações e da integração social. Continue lendo 




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