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Artigos • 16 mar, 2021

Novidades sobre a legítima defesa da honra


(Claudio Henrique de Castro ) –

O Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou a tese de que no tribunal do júri, o réu pode
ser absolvido alegando legítima defesa da honra em caso de feminicídio.
A emoção ou paixão não excluem o crime.
Tecnicamente, não existe legítima defesa da honra, essa tese foi considerada
esdrúxula.
Em resumo, para o STF o quesito genérico quando perguntado ao júri, sobre a
absolvição do réu, não autoriza a utilização da tese de legítima defesa da honra, permitindo,
assim, ao Tribunal de Justiça anular a absolvição manifestamente contrária à prova dos autos.
Desta forma a liberdade decisória dos jurados foi limitada.
A legítima defesa da honra foi considerada recurso argumentativo odioso, desumano e
cruel utilizado pelas defesas de acusados de feminicídio ou agressões contra mulher para
imputar às vítimas a causa de suas próprias mortes ou lesões, contribuindo imensamente para
a naturalização e a perpetuação da cultura de violência contra as mulheres no Brasil.
O STF, por unanimidade, firmou o entendimento de que a tese da legítima defesa da
honra é inconstitucional, por contrariar os princípios constitucionais da dignidade da pessoa
humana, da proteção à vida e da igualdade de gênero.
A decisão excluiu a legítima defesa da honra do âmbito do instituto da legítima defesa
e proibiu à defesa, à acusação, à autoridade policial e ao juízo de utilizarem, direta ou
indiretamente, a tese de legítima defesa da honra (ou qualquer argumento que induza à tese),
sob pena de nulidade do ato e do julgamento.

Fonte:
http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=462336&tip=UN
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6081690




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