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Artigos • 14 nov, 2024

O anticristo


(por Célio Heitor Guimarães) – 

A escatologia cristã refere-se ao Anticristo como uma figura malévola, que se opõe a Cristo e que deverá surgir na face da terra antes do anunciado retorno de Jesus. É mencionado cinco vezes no Novo Testamento e descrito como “aquele que nega o Pai e Filho”.

Na verdade, seria a antítese de Jesus Cristo, uma figura maléfica capaz de acabar com o mundo. Há quem acredite que o anticristo já se manifestou no passado, como Nero, Napoleão Bonaparte e Hitler; a maior parte dos crentes, no entanto, acha que ele ainda se manifestará em um futuro próximo, no fim dos tempos.

O anticristo é dito como uma figura que pode surgir de forma inesperada. Num ponto de vista atual, possivelmente viria como um líder nacional ou um presidente controverso.

Segundo o historiador Jonathas Ribeiro, o caminho do anticristo é normalmente pavimentado pelos próprios cristãos, através do “sucessivo cenário de disputas, alimentado especialmente pela intolerância que vemos circular, nos mais diversos aspectos, em meio à sociedade“.

E argumenta: “O panorama é, para muitos, evidência da falência social do diálogo, da degradação do senso de coletividade, do respeito à diferença, do que marca o bom convívio em sociedade. É, verdadeiramente, parte de um processo de fragmentação do corpo comunitário, da essência do viver coletivamente; do (con)viver. No lugar em que deveriam prevalecer a reserva, a solidariedade e a confraternização, imperam cada vez mais a violência, a intolerância e a opressão”.

Qualquer semelhança de tais condições com o ideário de Donald Trump e a sua volta à presidência dos Estados Unidos da América não será mera coincidência.

Mais do que qualquer personagem do mundo atual, o homem do topete amarelo – pelo que tem dito e o que ameaça fazer – amolda-se como uma luva à amaldiçoada figura do anticristo. Terá o poder na mão (inclusive no Congresso americano), o apoio popular e um rol de ódio e maldades pronto para ser executado.

Como não tem consciência nem limites e se acha um enviado de Deus para submeter o mundo aos interesses norte-americanos, deixará, a partir de janeiro próximo, a humanidade com o coração na mão.

Donald Trump não acredita na democracia. Deveria. Deixou o poder no primeiro mandato como o presidente mais impopular da história americana e, em maio de 2024, tornou-se o primeiro ex-presidente americano a ser condenado criminalmente ao ser considerado culpado em 34 acusações. No entanto, acabou reconduzido à Casa Branca pelo voto popular, graças à democracia que ele abomina.

Para ele, a liberdade é uma ficção, e o ser humano, de uma forma geral, um incômodo. Deve adaptar-se ao seu comando e às regras por ele estabelecidas.

Para Trump, todo imigrante é suspeito e deve ser banido do solo ianque. Seu objetivo é expulsar 11 milhões de estrangeiros, encurtando os processos de deportação e ignorando a legislação vigente.

Sim, Donald odeia estrangeiros, mas não explica de onde veio o Trump que carrega no nome. Dos Cheyennes? Dos Comanches? Dos Sioux? Dos Navajos? Ou dos Apaches? O resto é tudo imigrante. Aliás, mais do que qualquer outro país do mundo, os Estados Unidos da América foram construídos por imigrantes. Fonte – Blog do Zé Beto




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