Campo Grande, 21/05/2025 07:54

Blog do Manoel Afonso

Opinião e atitude no Mato Grosso do Sul

Artigos

Artigos • 22 abr, 2025

O julgamento de Aspásia


Cláudio Henrique de Castro –

Na Grécia, o século V a. C., é chamado o século de Péricles, o seu mais
destacado governante, com vitórias em diversas guerras e pelo incentivo à arte grega.
Péricles separou-se de sua esposa e foi viver com sua amante, a bela Aspásia
da cidade de Mileto, mais moça que ele, uns 30 anos, e que sobre qual exerceu
grande influência.

Aspásia, era detentora de grande cultura, com ela palestrava o filósofo
Sócrates, e em sua casa reuniam-se homens eminentes da Grécia.

Para atingir Péricles, ainda casado com a primeira mulher, seus inimigos
acusaram Aspásia de ter transformado um templo sagrado em prostíbulo.
No julgamento foi formado um tribunal com mil e quinhentos jurados, caso
fosse condenada, a pena seria a morte.

O julgamento deu-se em 435 a.C.
Péricles assumiu pessoalmente a defesa de Aspásia e seu discurso foi
realizado de forma patética, chorando e derramando abundantes lágrimas, que
comoveram os juízes.

Foi absolvida, porque o tribunal reconheceu não haver provas da sua conduta.
Chorou publicamente, implorando que ela fosse absolvida, e o segredo de tê-la
como sua amante, foi relevado.

Após a absolvição, Péricles saiu enfraquecido politicamente.
Aspásia após a morte de Péricles, voltou para Mileto, terminando seus dias
com mais de setenta anos, ainda conservando os traços de sua beleza.

O poeta Olavo Bilac imortalizou Aspásia em versos alexandrinos: Velha,
Aspásia, como um clarão, na Academia, E na ágora, surgia e ofuscava as mais belas;

E sob as cãs e sob as roupagens singelas, Aureolada com o amor de Péricles, sorria…




Deixe seu comentário