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Opinião e atitude no Mato Grosso do Sul

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Artigos • 06 maio, 2025

O Pantanal e a Serra do Amolar


Chega a ser intrigante e não dá mais para aceitar os incêndios na Serra do Amolar.
Décadas atrás, quando o Pantanal tinha o ciclo natural de cheias e vazantes, não se
viam incêndios como os que vêm ocorrendo nos últimos anos. Quando digo intri-
gante é porque a vegetação desse ecossistema era bem mais densa e compacta. Os
criadores de gado tinham cuidados especiais com os aceramentos que impediriam os
incêndios propagarem para as propriedades vizinhas.

Ao que se sabe, antigos criadores ou seus sucessores, venderam suas propriedades à
pessoas de outros estados, e até mesmo de outros países, sem qualquer compromisso
com a preservação da natureza desse verdadeiro paraíso, um patrimônio universal
que hoje corre sério risco de desaparecer, se não forem tomadas providências enérgi-
cas que possa coibir os incêndios criminosos que têm açoitado a maior planície alaga-
da do Planeta Terra.

lgumas medidas paliativas já foram tomadas pelo atual governador do nosso estado,
porém, com a extensão que possui, são necessários recursos externos capazes de con-
ter as tragédias que se tornaram acontecimentos recorrentes, porém de grande reper-
cursão no país e no mundo. Urge que medidas para proteger esse patrimônio universal
sejam encaradas com rigor, envolvendo os municípios que integram o pantanal, bem
como o governo estadual e os nossos representantes na Câmara dos Deputados e no
Senado da república.

comunidade pantaneira que vivem e trabalham nesse ecossistema, hoje sentem-se
desprotegidos, muitos já desfizeram de suas pequenas propriedades, transferindo-se
para as cidades, procurando um meio de sobrevivência, num estágio da voda de difícil
adaptação a qualquer outra atividade, enfrentando barreiras intransponíveis pela ida-
de avançada, pela falta de moradias e estruturas necessárias às acomodações dessas
famílias, tornando um grave problema social.

Apesar dos últimos graves acontecimentos, não se ouve falar em punição dos culpa-
dos que parecem desafiar as leis existentes no país. Muitos encontros para debater os
problemas do meio ambiente tem sido realizados, tanto no Brasil como em outros pai-
ses, contudo, ainda não se vê medidas concretas, ficando apenas por conta das retóri-
cas, ficando a impressão de que todos ficam na expectativa de quem vai atirar a pri-
meira pedra, até que outra tragédia venha acontecer.

O espírito do Estadista deve incorporar nossos gestores públicos, porque a população
ordeira aguarda ansiosamente as medidas urgentes e necessárias para salvar o nosso
Pantanal, dando condições de desenvolvimento e sustentabilidade. Alguém tem que
dar o murro na mesa e comprar essa briga.

BENEDITO RODRIGUES DA COSTA
Economista




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