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Brasil • 24 maio, 2020

O ministro jogou para a plateia do próprio STF


(Do Analista dos Planaltos)

Por pior que seja o desempenho do despreparado Jair Bolsonaro, ele foi eleito e na reunião, cuja fita foi divulgada, não fica claro o que o Sergio Moro anunciou.

O ministro Celso de Mello jogou para a plateia do próprio STF, foi corporativo.

Teria cumprido a lei e feito Justiça se despachasse dizendo que para o objeto da ação, que se destinava a verificar se houve ou não interferência do presidente na Polícia Federal, o vídeo demonstrou que não houve a aludida interferência – e que o restante do conteúdo não se presta à ação judicial proposta.

Tecnicamente, sem nenhuma dúvida, o desfecho do comando judicial deveria ser esse.

Divulgar a fita da reunião presidencial foi, sim, ativismo político do judiciário.

Provocar a divulgação da gravação, também foi ativismo.

O Brasil entrou nessa guerra justamente quando o judiciário passou agir com abuso de autoridade e contra o regramento constitucional.

O judiciário serve constitucionalmente para função de exigir o cumprimento das leis dentro dos limites e regras que a própria lei impõe.

Ao abrir mão desses limites, sob o argumento de se fazer justiça de qualquer maneira e a qualquer modo ou procedimento, desequilibraram os sistemas de pesos e de contrapesos – sistemas esses que só existem para mediar conflitos, para conciliar diferenças.

O que o judiciário vem fazendo para parecer bom moço é justamente fugir do papel de mediador, assumindo um papel de desequilibrador das relações.

Qualquer agrupamento humano só funciona com a harmonização dos diferentes.

Um país só se fará nação se existir harmonia.

Um capricho, um gesto de vingança do STF, que foi insultado em uma reunião privada entre presidente e ministros, através da decisão do Celso de Melo, trouxe mais discórdia, mais conflito que justiça.

A missão de um juiz não é promover vingança, é fazer justiça.

Juiz que não faz justiça, como disse o jurista Saulo Ramos, é um juiz de merda.




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